Maratona
{3/4}Kaira.
O professor anunciou o final da aula e eu guardei as minhas coisas na bolsa antes de me levantar e sair procurando pela Melissa, que tava saindo da sala de aula dela quando eu a encontrei.
Me despedi dela, pois eu ia trampar e ela pra casa, e fui pro banheiro me trocar.
Chegando lá eu retoquei a minha maquiagem e vesti a blusa da empresa antes de fazer um xixi rapidão e lavar as mãos depois de dar descarga.
Saí da faculdade me xingando de todas as maneiras possíveis por ter esquecido de trazer pelo menos um moletom sendo que conheço o clima bipolar desse rio.
Tinha um ponto de táxi perto do ponto de ônibus, fui pra lá e entrei em um que graças a Deus tinha uma mulher de motorista, me sinto automaticamente confortável.
- Boa noite. - Desejei sorrindo antes de passar o endereço pra ela, que deu partida no carro depois de me responder sorrindo também.
Minha barriga fez barulho e só então eu lembrei que não como nada desde a hora do almoço, abri a minha bolsa e tirei de lá uma maçã que fui comendo pra enganar a fome pelo menos até a hora que eu for voltar pra casa.
{...}
Me despedi dos seguranças e de alguns colegas antes de olhar pro meu relógio de pulso e ver que vai dar onze e meia da noite, saindo da empresa em seguida.
Olhei pro movimento da rua, hábito que eu criei depois de ter sido assaltada uma vez, e tirando o fato de ter um carrão preto de porte grande, e todo trabalhado no papel insufilm parado em frente da empresa, não vi nada demais então comecei a caminhar.
Do nada surgiu uma puta clareza que iluminava a estrada, olhei pra trás e vinha do farol do carro, comecei a caminhar mais rápido quando vi que o carro começou a avançar rapidamente até ficar lado a lado comigo e parar.
A porta foi aberta, revelando um cara branco vestido de preto da cabeça aos pés, não dava pra ver o rosto por conta da aba do boné e do capuz do moletom enterrados no rosto.
Abaixei rapidamente, descalçando minhas sandálias de salto raso, e observei de canto de olho o cara fechar a porta e começar a vir na minha direção.
Peguei as sandálias na mão e comecei a correr feito louca mesmo, meu coração nunca bateu tão rápido na vida, olhei pra trás e ele tava vindo com o carro atrás de mim, misericórdia.
Comecei a correr mais rápido ainda, se é que isso era possível, meus pés chega ardiam de tanto roçarem no chão bruto da estrada.
Dei uma desacelerada quando parei de ouvir o barulho do carro e apoiei as mãos nos joelhos, respirando pela boca de tão cansada.
Olhei pra trás e me arrependi amargamente por ter parado, o cara tava fora do carro e pior, correndo na minha direção.
Tentei correr e apoiei as mãos em uma parede depois de quase cair com a tontura que me deu. Respirei fundo, tentando recuperar, e quando eu ia voltar a tentar correr só senti um braço passar em volta da minha cintura antes de me tirar do chão.
- ME DEIXA, ME SOLTA. - Tentei me soltar e esperneei enquanto ele me levava pra sei lá aonde. - SOCORRO, SOCORRROOOO! - Gritei a plenos pulmões e ele tapou a minha boca com a mão livre, meti a mordida.
- Raivosa tu em baixinha. - Escutei a voz grave do ex presidiário perto do meu ouvido e fechei os olhos antes de suspirar de alívio e me deixar ser levada.
Ele me soltou quando viu que eu tinha parado de me debater e eu juntei toda força que eu tinha pra empurrar ele, que não se moveu nem um centímetro.
- Filho da puta. - Falei com a mão no peito, sentindo meu coração só faltar sair do peito de tão rápido e forte que tá batendo. - Cara, por que tu fez isso? - Suspirei de olho fechado, sentindo minha cabeça girar e perdi o controle do meu corpo, quase indo de encontro com o chão.
- Ou. - Me segurou antes de passar um dos braços por trás das minhas costas e outro na dobra das minhas pernas, me tirando do chão e caminhando comigo em direção ao carro dele em seguida. - Porra, vou começar a achar que tu faz isso de propósito só pra eu te carregar. - Falou abrindo a porta do carro e me colocou sentada no banco do carona, inclinando ele pra trás, de modo que eu pudesse ficar deitada.
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Inolvidável - Livro 1.
Romantik+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...