Atacante.
Bolei meu beck e peguei o isqueiro, acendendo o mesmo antes de tragar e sentir meus músculos darem uma relaxada na mesma hora.
Engoli a fumaça e deixei meus lábios entreabertos, soltando devagar por ali e pelas narinas ao mesmo tempo.
Senti o celular vibrar no bolso do meu macacão e peguei o mesmo, foi inevitável não sorrir ao ler a mensagem que acabei de receber de um dos policiais corruptos.
"Pegamos ela."
Continuei entrando na onda com ajuda do meu beck e depois de dar o último trago joguei o resto no chão e amassei com o pé.
Voltei a deitar na cama e permaneci assim até escutar três toques na porta da cela, um código que eu e os policiais que trabalham pra mim criou pra saber que é um deles, em seguida, o alarme que anuncia a abertura da porta soou alto e ela foi aberta.
- Chegamo, cadê o dinheiro? - Um dos policiais perguntou e foi entrando com a mina, enquanto o outro ficou lá fora olhando o corredor.
Peguei quatro maços de dinheiro por baixo da minha almofada e joguei na direção do mesmo, que soltou a mina e pegou no ar.
Ela tava toda se tremendo, mas seguiu quieta, cheguei mais perto, vendo o quão baixinha ela era e senti seu cheiro doce invadir minhas narinas cada vez que chegava mais perto.
Parei na frente dela e ela arrepiou na mesma hora, deve ter sentido a minha presença. Levei minha mão pra cabeça dela e tirei a touca que cobria seu rosto, jogando no chão antes de olhar para o mesmo.
E porra, eu nunca tinha visto uma mina tão linda na minha vida... preta do olho puxadin, boquinha nem tão grande e nem tão pequena, na medida certa, tudo nela parecia ter sido feito no máximo cuidado e atenção, se ligou?
Ela subiu o olhar dela dos meus pés até o meu rosto, olhou dentro dos meus olhos com a respiração pesada e eu sustentei o olhar na mesma intensidade.
Mesmo com a expressão facial não negando que ela tava assustada, ela seguia linda pra caralho.
- Mete o pé. - Falei pro policial que ainda estava aqui e ela olhou pra ele com lágrimas nos olhos.
Aquele olhar de quem pede por ajuda, só que sem falar nada. O policial fingiu que não era com ele e seguiu apoiado na porta.
- Não vou falar de novo. - Encarei ele e vi de rabo de olho a mina engolir em seco. - Cai fora.
Ela negou com a cabeça, permitido que as lágrimas rolassem por seu rosto e o policial olhou pra ela com dó antes de sair.
Me afastei da mina e fui até a porta, fechei e quando voltei a me aproximar vi ela fechando os olhos, deixando mais lágrimas saírem deles. - Por favor. - Abriu os olhos e falou com a voz embargada. - Por favor não faz nada comigo... - Seus lábios tremiam enquanto ela chorava. - Eu te imploro. - Fungou com o nariz vermelho.
Levei minhas mãos pro seu rosto, fazendo ela respirar fundo, e coloquei as tranças que caíram em seu rosto por trás da sua orelha. Passei a ponta do dedão pelo rastro que suas lágrimas deixaram em seu rosto e respirei fundo antes de falar.
- Fica sussa, baixinha. - Falei perto do ouvido dela. - Não vou fazer nada contigo. - Continuei. - Nada que tu não queira... - Sorri de lado antes de me afastar. - Me dá o teu celular.
- Primeiro, meu nome é Kaira e não baixinha. - Meteu marra com a voz fina dela, deve ser mó bom escutar ela gemendo. - Segundo, o que tu quer com o meu celular?
- Vai dar por bem ou por mal? - Cruzei os braços serin, mas quem disse que intimidou ela? Malucona fez a merma parada e me encarou de cima abaixo. - Beleza. - Puxei ela pela cintura, a fazendo arfar de surpresa, e puxei o celular do bolso traseiro da calça dela antes de a soltar.
Pra minha surpresa ela não contestou, liguei o mesmo e entendi o porquê, tinha senha. - Desbloqueia aí. - Entreguei pra ela e ela se negou. - Tô sendo muito paciente com tu, mas eu te garanto que não sou assim sempre, então, se tu não quiser descobrir o porquê de eu ser o único preso numa cela de alta segurança eu te aconselho a parar de bancar a destemida, se ligou? - Falei encarando ela.
Ela desbloqueou e me entregou antes de voltar a ficar na dela, tava assustada igual quando chegou que eu já tinha me ligado.
Entrei no zap e fui pra conversa com o cuzão que ela chama de namorado, apertei na câmera e passei um dos braços em volta do seu ombro, ela me olhou sem entender nada mas também nem abriu a boca.
Não sei o que deu nela, que fechou os olhos, deitou a cabeça no meu peito e abraçou a minha cintura na mesma hora que eu tirei a foto.
Mandei pro namorado dela com a legenda"quem não dá assistência abre espaço pra concorrência" e quando eu ia devolver o celular ela ficou mole e quase caiu desacordada, peguei ela no colo e deitei na cama sem entender porra nenhuma do que tava acontecendo.
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Inolvidável - Livro 1.
Romance+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...