40.

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Maratona.
{5/5}

Ele dá risada limpando o rosto com a mão e eu sinto meu estômago revirar quando ele passa a língua pela minha bochecha.

- Por favor... - Sinto as lágrimas brotarem em meus olhos.

Jota: Você quer que eu pare? - Sinto sua respiração bater em meu pescoço e assinto já fungando. - Promete ser sincera? - Olha nos meus olhos e eu engulo em seco. - Anda, porra, tá muda agora?

- O que você quer saber? - Pergunto com a voz trêmula.

Jota: Onde tu foi no Domingo que só voltou segunda de tarde? - Cruza os braços, se afastando, e eu respiro aliviada por não ter ele tão perto.

- Hotel. - Falo a primeira coisa que vem na minha mente e sinto o peso de sua mão em meu rosto, virando pro lado e caindo no chão pela força com que ele bateu.

Jota: MENTIROSA! - Grita chutando a mesa de centro, que cai no chão quebrando em inúmeros pedaços de vidro, e eu não consigo conter as lágrimas. - Vazaram foto sua saindo de moto com um cara que eu não consegui ver quem era no Alemão. - Sinto algo ser jogado nas minhas pernas e olho vendo seu celular aberto no insta contendo uma foto minha com o Atacante, que foi postada no maior perfil de fofoca de morro.

Olho a legenda com a visão embaçada e peço a Deus pra que cuide de mim pois, conhecendo o Jota como eu conheço, essa legenda feriu o ego dele de uma maneira absurda.

"@babadosdemorro Parece que a fila da ex do Jota, frente do Lins, já andou. Pensa numa mulher sortuda, deixou um bofe gostoso daqueles mas a boba não saiu por baixo, arrumou logo um dez vezes melhor no pagode do Alemão. Parece que a noite vai ser promissora pra esses dois."

- Eu... - Sinto ele me puxar pelo braço, fazendo eu levantar.

Jota: Quem é ele? - Pergunta puxando meu cabelo e eu sinto meu coração bater acelerado.

- Eu não sei. - Fecho os olhos, esperando o pior, e escuto ele respirar fundo.- Eu juro que é um cara aleatório que eu fiquei, não sei nem o nome.

Jota: Sua puta, vagabunda. - Me solta abruptamente, fazendo eu bater as costas na parede, e aponta o dedo na minha cara. - Já que tu não conhece o cara e eu não vou poder matar ele tu que vai pagar.

- Pagar? - Repito arregalando o olho. - Como assim? Jota, pelo amor de Deus... - Fungo negando com a cabeça.

Jota: CALADA! - Grita no meu ouvido, me puxando pra fora de casa. - Vai ser cobrada. - Afirma me arrastando e no mesmo momento que atravessamos a rua o meu celular toca, ele sorri pegando no bolso traseiro da minha calça. - É a gostosa da mãe da Melissa, ô coroa deliciosa. - Passa a língua nos lábios com um sorriso perverso e um arrepio de medo percorre todo meu corpo.

- Não ouse encostar um dedo nela! Nem nela e nem na Melissa, Jota, tu pode até me matar mas eu juro que se tu fizer algo com elas eu faço pacto com diabo e os caralho a quatro e volto pra te assombrar.

Jota: Tá, tá, tá. - Responde sem dar importância. - Eu vou atender e tu vai falar que vai passar o fim de semana sozinha em um hotel porque não quer ser incomodada.

Concordo com a cabeça e faço o que ele manda, ele me manda falar o mesmo pra Melissa por áudio e sai me arrastando pro matagal no alto da favela, longe do olho de todo mundo.

Paramos em frente de uma espécie de depósito e ele cumprimenta o soldado na contenção antes de mandar o cara tirar as correntes e o cadeado, abrindo, e me empurrando pra dentro de um local repleto de armamento.

O lugar tem um cheiro quase que sufocante de mofo, a iluminação é precária por vir unicamente de uma mini janelinha que permitia que a luz do luar entrasse e iluminasse minimamente, as paredes são repletas de teias de aranha, com manchas esverdeadas de tão imundas, e o chão não era muito diferente.

Jota: Curtiu o hotel? - Sorri tirando uma corda e um lenço do bolso da sua calça, amarrando meus pés, mãos e tapando minha boca antes de me carregar até o canto do lugar e me jogar no chão, fazendo eu chorar de dor. - Tenho uma viagem rápida pra fazer. Até lá se comporte bem e quando eu voltar, dependendo do meu humor, a gente conversa e vê esse negócio da tua cobrança. - Dá tchau saindo dali e eu fungo tossindo com dificuldade por conta do lenço. - Aí, fica de olho nela.

- Pode deixar, patrão.

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Volto a postar assim que todos os capítulos da maratona baterem +90 votos.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora