Inolvidável - Livro 1.

37.

Maratona.
{2/5}

Maria: Olha só quem lembrou que tem família e resolveu dar o ar da graça. - Bateu três palmas, vendo a Melissa passar pela porta, deixando a chave por baixo do tapete, no esconderijo, antes de entrar fechando a porta atrás dela.

Melissa: Oi, minhas lindas. - Sorriu amplamente, fazendo um coque no cabelão longo dela, e veio se jogar no meio de nós duas aqui no sofá.

- Deu muito, né safada? - Dou um tapa na perna dela, empurrando e reparando no tanto de chupão que tem no colo do peito dela.

Melissa: Minha filha... - Ela ri se abanando com a mão. - Até no carro quando ele me trouxe.

- Eita bebês, o trajeto foi produtivo.

Melissa: E tu nem pense que eu esqueci que tu e o Atacante tomaram um chá de sumiço, viu? - Aponta o dedo indicador pra mim e eu coço minha testa. - O que ele tem de gostoso tem de pegada?

- Sim, meus amores, apenas sim. - Gargalhei vendo ela piscando sem parar, incrédula, e a tia só observando nós duas.

Maria: Atacante não é o cara que tá de briga com o Jota, Kaira? - Pergunta num tom repreensor e eu mordo minha unha postiça no nervoso.

- Ele mesmo, tia. - Falo baixo e ela passa a mão no cabelo preto dela, jogando pra trás.

Maria: Se orienta, menina, não vai dar bom isso daí. Não quero nem imaginar se isso chega no ouvido daquele troglodita maldito.

Por mais que eu odeie admitir, ela tem razão.

Melissa: Vira essa boca pra lá, mãe! - Bateu na pequena mesa de centro de madeira três vezes. - Tá repreendido e amarrado, senhor.

- Eu sei tia, você tá certa. - Suspiro fechando os olhos. - Eu não pensei antes de agir, mas creio que não dá em nada.

Melissa: E se der é pouca coi... - Parou de falar no momento que a mão da tia foi de encontro com o braço direito dela, dando só um tapa estalado.

Maria: Para de incentivar, Melissa, isso é coisa séria. - Fala realmente preocupada. - Eu falo por experiência própria, eles vão ficar nesse loop infinito de briga e ainda assim a única lesada vai ser você por estar no meio.

- Eu só dei pra ele, não é como se isso fosse voltar a acontecer ou como se eu tivesse dito que estamos namorando. - Passo a língua nos lábios, que estão secos, umedecendo.

Maria: Eu sei, meu amor, mas é bom que tu já fica mais consciente na próxima vez e pensa bem se vai valer a pena correr esse risco de ser pega no pulo ou não.

- É isso aí. - Pego meu celular, vendo que vai dar duas da tarde daqui trinta minutos. - Preciso meter o pé, me arrumar pra me picar pra facul e pro trampo.

Melissa: Eu também, o trampo eu já perdi mas a facul eu infelizmente tenho que ir pra apresentar um trabalho.

Maria: Lindas e estudiosas, os orgulhos da mãe. - Pega na minha mão e na da Mel, beijando as costas das mesmas antes de puxar nós duas pra um abraço em conjunto. - Amo vocês, sei que sou chata mas é pro vosso bem.

- Te amo. - Beijo seu rosto e ela sorri afagando meus cabelos. - Nós sabemos.

Melissa: É, mãe. - Concorda comigo, beijando a cabeça dela. - Te amo também e a gente tá ligada que você só quer o que é melhor pra nós.

Abraçamos ela apertado novamente e saímos de sua casa, indo subir o escadão que dá pra nossa rua.

Melissa entra no barraco dela e eu passo pro meu também, por estar meio atrasadinha já corri direto pro banheiro e saí me arrumando rapidinho até.

Pego minha blusa do trabalho, dobrando e colocando na bolsa antes de pegar meu celular, minhas chaves e sair trancando a casa, sentando na calçada pra esperar pela Mel, em seguida.

Avisto um cara mais na frente me encarando e encaro de volta até reconhecer um dos soldados pessoais do Jota.

- Posso te ajudar em alguma coisa? - Encaro ele que pega no celular, me ignorando e mexe se afastando.

É aquelas, né? Quando Diabo não tá manda sempre seus discípulos, nem ligo mais.

Melissa aparece um tempo depois, arrumando a alça da bolsa no ombro, e caçamos nosso rumo.