91.

8.1K 718 41
                                    

+180 votos

Eu tô tão impactada com a notícia que minha mente simplesmente desconecta da realidade e só volta quando meu celular começa a tocar incessantemente.

Atendo ao ver que é o Zaion e ele fala que mandou o Hadad vim me buscar pra almoçar com ele, os meninos e a Mel. Nem dá cinco minutos de ligação finalizada e o Hadad tá lá fora me esperando.

Arrumo minhas coisas rapidamente e apago as luzes trancando tudo antes de abraçar ele de lado recebendo um beijo na lateral da cabeça como resposta.

Hadad: Tá bem, tu? - Abre a porta do carro do Zaion e eu entro sentando antes de suspirar dando de ombros.

- Sinceramente... - Fecho o olho juntando a juba num coque baixo e ele fecha a porta dando a volta. - Nem eu sei. - Respondo vendo ele dar a volta e sentar no banco do motorista.

Hadad: Vish, bagulho é complicado então parece. - Me olha rapidamente e liga o carro dando partida depois que eu assinto.

- Demais, eu acho que sou a complicação em pessoa porque não é possível... - Nego com a cabeça. - É cada uma que me acontece, chega parece duas.

Hadad: Quiser conversar sabe onde me achar ou como me acionar, né não? - Para o carro na frente de um restaurante muito bom, daqui da favela, e eu assinto sorrindo.

- Sei sim, brigada Had. - Ele assente e a gente faz um toque.

Abro a porta, saindo do carro, e o Zaion levanta da mesa vindo na nossa reta.

Atacante: Hadad. - Acena pra ele com a cabeça.

Hadad: Chefia. - Acena de volta saindo do carro e entrega a chave pro Zaion antes de olhar pra nós saindo dali.

Atacante: Trouxe minha muié em segurança, ele? - Pergunta todo posturado encarando o Hadad caminhar até sumir do nosso campo de visão.

- Ahram. - Assinto descruzando os braços dele e posiciono ambos em volta da minha cintura fazendo ele me abraçar apertado.

Inalo sua fragrância masculina de olho fechado e ele me afasta antes de erguer meu rosto pelo maxilar e grudar nossas bocas, dando início a um beijo calmo de língua.

Suspiro finalizando o beijo com um selinho e me apoio nele quando bate uma tontura que me deixa mole.

Atacante: Tá se sentindo bem? - Me segura e seu olhar preocupado me analisa enquanto eu assinto passando a mão no rosto. - É fome na certa, vem.

Ele entrelaça nossos dedos e sai me guiando pra dentro do estabelecimento antes de parar na frente de uma mesa mais afastada das outras.

- Oi gente. - Cumprimento sentando na cadeira livre do lado da Mel. - Bil eu achei que agora que o comando do Lins é seu tu não ia voltar aqui tão cedo de tanto b.o pra resolver.

Bil: E tem b.o que vai me impedir de vim ver meus homis? - Pisca pro Mota e coloca a mão sobre a do Atacante.

Atacante: Sai, caralho! - Tira a mão rindo na força do ódio.

Melissa: A gente tem que vigiar, mínima oportunidade que o Bil tiver de roubar nossos bofinhos ele vai tá aproveitando, viu? - Dá risada.

Mota: Mané bofinho... - Fecha a cara pra ela. - Tá mó pálida tu, tá pegando o quê? - Olha pra mim.

- Coronel da pm é meu progenitor. - Solto da bomba fazendo todo mundo calar.

O silêncio perdura até o toque do celular do Zaion interromper, ele levanta e se afasta indo atender como se eu não tivesse dito o que eu disse.

Bil: Heitor? Heitor Freitas? - Franze as sobrancelhas e eu assinto. - Como é poss... - Para de falar franzindo a testa como se tivesse pensando e volta a me encarar. - Tu sabe o nome da sua mãe biológica?

- Damiana de Oliveira pelo que eu me lembro. - Falo puxando na memória e pego meu celular abrindo a imagem do meu registo só pra confirmar. - É, é isso mesmo.

Bil: Caralho, tu é filha da Dami... Como eu não notei? - Engole saliva. - Tu é a cara dela.

- Tu conheceu ela? - Pergunto com a voz por um fio e ele assente. - Como?

Bil: Ela foi nossa babá, minha e do meu irmão. - Começa a explicar. - Com o tempo minha mãe acabou descobrindo que ela e o Heitor tinham um caso, daí nasceu tu.

- Então a gente é...

Bil: Irmão. - Ele completa. - Porra, tu não sabe o quanto eu e meu irmão procurou por tu pra te dar aquilo que o homem que devia ser nosso pai não deu. - Balança a cabeça em negação. - Nós procurou em orfanato pra caralho, mas aparentemente nenhum tinha te abrigado.

Lágrimas invadem meus olhos sem nem eu perceber e por mais que eu queira segurar elas descem e rolam soltas por meu rosto.

Atacante: Ligação de um cana meu infiltrado lá. - Fala caminhando pra cá. - Caso do chefe da Kaira foi passado pra um tal de delegado Danilo Freitas.

- Tô pegando trauma desse sobrenome já... - Falo secando as lágrimas.

Bil: Dá em nada e se der é coisa pouca.

Melissa: Eu tô muito perdida. - Ri de nervoso e o Zaion Franze as sobrancelhas totalmente perdido no assunto também, Mota já trata de atualizar ele.

Atacante: Esse cara não é filho do coronel da pm? - Bil assente. - Porra, sei que é teu irmão e pá mas se ele vim na reta da Kaira vai cair na bala.

Bil: Deixa que com ele eu me entendo, pô. Ele jamais faria mal pra ela.

Mota: Que assim seja.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora