Atacante.
- COMO ASSIM ELAS SUMIRAM, PORRA? - Grito completamente transtornado sentindo uma vontade imensa de matar todo mundo presente nesse hospital, e meus homens em especial porque ficaram encarregues de olhar elas.
Naldo: Patrão nós trocou de turno pra não levantar suspeita, como tu mermo mandou. - O preto com cabelo no reflexo toma a frente pra falar. - Eu acho que foi nisso que elas sumiu.
- PUTA QUE PARIU. - Grito chutando a lataria do carro. - Que merda! - Passo a mão na cabeça frustrado. - Eu só saí pra resolver um bagulho, como pode isso?
Denner: Eu acho que o mais importante agora é achar elas e não perder tempo fazendo esse tipo de pergunta. - Fala roubando meu olhar que sai do chão e vai pra ele.
Passou coisa de quatro dias desde o parto da minha filha e justo hoje no quinto dia, minutos antes delas receberem alta, eu saio por menos de uma hora e elas somem mesmo tendo dois homem meu, um em cada saída do bagulho.
- Eu acho que tu não é ninguém pra falar o que é importante ou não, e se fosse seria eu no teu cargo e tu no meu. - Falo bolado encarando o Denner e ele assente levantando as mãos como quem se rende.
Um dos dois tá de trairagem, na minha cabeça não entra que nenhum dos dois sabe o que caralhos houve nessa porra.
Aviso pra eles que vou dar um pulo no quarto onde elas estavam rapidão e vejo que tudo tá no seu devido lugar, mas o bebê conforto não tá, ou seja, foi levado.
Na hora na minha mente já vem o Bil e o Mota falando que era um exagero eu colocar um localizador e um rastreador no bebê conforto, olha só como meu exagero foi conveniente.
Pego meu celular abrindo no app e franzo as sobrancelhas ao ver que o local é próximo do Lins. Volto pra fora e na hora quando Denner me vê bloqueia o celular guardando no bolso.
- Escondendo algum bagulho? - Cruzo os braços na altura do peito e ele nega com a cabeça na postura então resolvo jogar um verde só pra ver qual vai ser a reação dele. - Empresta teu celular aí. - A expressão dele já muda.
Denner: Bagulho pessoal, pô patrão.
- Quem não deve não teme, concorda Naldo? - Encaro ele que assente. - Passa o teu também.
Naldo pega o celular dele e desbloqueia me entregando sem hesitar, coisa que já me faz tirar ele da minha lista de suspeitos.
Devolvo o celular pra ele sem nem ver o que tem e me volto pro Denner que olha pra trás como se tivesse pensando em fugir, sem paciência eu soco a cara dele fazendo ele cair no chão e desarmo o mesmo entregando a glock pro Naldo.
Denner: Pô, patrão, tu tá errando. - Nega com a cabeça. - Eu não fiz nada não.
Pego o celular dele e piso em sua boca, impedindo sua voz irritante de continuar fudendo meu raciocínio.
- Qual a senha? - Tiro o pé de sua boca ensanguentada e ele se recusa a falar. - Naldo. - Chamo apontando pro Denner com a cabeça e o mesmo já entende, se aproxima e pressiona a glock sobre o pau do filha da puta ingrato. - Anda, PORRA! - Chuto o maxilar dele quebrando os ossos. - Prefere a sua mãe aqui no seu lugar né? - Ele arregala o olho e fala sem vacilar.
Desboqueio indo pro whatsapp e qual não é a minha surpresa ao ver que ele tá fechado com o ex defunto Jota, e o mesmo que veio pegar minha mulher e minha filha nesse caralho.
- Porra, tu é um miserável. - Jogo a merda do celular contra seu rosto. - Mata ele que eu não posso perder mais tempo não, minha mulher e minha filha tão com um psicopata.
Aciono o Mota explicando meio por cima o que houve, e ele praticamente implora pra deixar o Denner por conta dele então o Naldo joga o idiota no carro e mete o pé pra favela indo encontrar o Mota.
Entro na minha nave checando a munição da única arma que eu tô portando, minha glock, e acelero metendo o pé pra localização onde elas tão.
Logo que eu paro o carro na frente do galpão indicado, pra minha surpresa, a baixinha me liga pedindo pra eu encontrar eles.
Papo reto, não tô entendendo nada do que tá acontecendo.
- Eu tô aqui. - Grito entrando e agradeço a Deus por ver a mulher da minha vida e a minha filha bem no final do corredor. - Cadê aquele desgraçado? - Olho pra Kaira reparando em seu rosto inchado, denunciando o quanto ela chorou e do lado dela a nossa filha chora no bebê conforto.
Meu coração aperta por ver elas assim e eu me sinto o pior pai, e marido, do mundo por fazer elas passar por isso.
Jota: Aqui estou. - Surge no meu campo de visão, saindo de um corredor com uma bengala na mão enquanto coxeando, e para do lado delas.
- Eu tô aqui. - Ajoelho. - Deixa elas irem, é de mim que tu tem ódio.
Jota: Passa sua arma pra cá. - Sem pensar duas vezes eu tiro ela da cintura e jogo na direção dele. - Por muito que eu queira, eu não vou te matar, acho que ver você sofrer sem a Kaira vai ser bem mais legal.
- Tá falando do quê, caralho? - Pergunto assustado só de imaginar a possibilidade dele matar ela.
Jota: Ela já sabe o verdadeiro cuzão que tu é... - Gargalha alto e minha filha chora mais, fazendo a sensação de impotência em mim aumentar. - Eu me encarreguei de contar pra ela.
- Do que cê tá falando?
Kaira: Qual o b.o que tu resolveu na madrugada do dia do parto? - Engulo em seco. - EM? - Grita bolada.
- Eu... - Respiro fundo passando a mão na cabeça. - Eu posso expli...
Kaira: EXPLICAR O QUÊ? - Grita transtornada com os olhos vermelhos. - EXPLICAR COMO VOCÊ MATOU O MEU PAI, AVÔ DA SUA FILHA... - Aponta o dedo pra mim liberando as lágrimas e funga alto. - Morreu no dia em que ela nasceu.
- Baixinha ele te abandonou.
Jota: Calma meu amor, eu tô aqui. - Puxa ela que descansa a testa no peito dele chorando.
Kaira: Pede pra ele ir embora, por favor. - Funga abraçando ele e meu coração parece que erra as batidas ao ver ela se refugiar nos braços dele.
- Kaira tu não tá pensando direito por conta das emoções... - Jota me corta.
Jota: Tu ouviu o que ela falou. - Acaricia o rosto dela me encarando e me enchendo de ódio.
- Cala a boca que eu não tô falando com tu não, desgraçado.
Kaira: A partir de hoje eu já não quero ter nada a ver com você, pega sua filha e vai embora, me esquece porque eu já te esqueci. - Cada palavra que saía da boca dela parecia uma bala sendo cravada no meu peito. - Não quero nada que venha de você próximo a mim, isso inclui ela. - Finaliza olhando pra Zaira com nojo.
- Tá pegando pesado, Kaira, tu vai se arrepender quando a raiva passar, nossa filha não tem culpa de nada que eu fiz.
Kaira: Ou tu some daqui com ela ou eu dou meu aval pro Jota fazer o que bem entender com vocês, você que sabe. - Dá de ombros entrelaçando seus dedos nos dele.
Uma lágrima escapa pelo meu olho e eu rapidamente seco antes de me levantar assentindo e caminhar até eles, pego no bebê conforto onde minha filha ainda chora e paro na frente dela olhando no fundo de seus olhos.
- Eu mato você, mato ele, mato quem ousar sequer pensar em fazer mal pra minha filha. - Falo sério com o maxilar cerrado antes de dar as costas pra eles e sair dali com a minha filha.
Boa parte do meu lado humano foi enterrado hoje nesse lugar, Kaira falou pra caralho mas não falou nada porque caso ela tenha esquecido ele matou a mulher que ela considerava mãe.
- Agora é só nós dois, Maya. - Beijo sua testa colocando o bebê conforto no banco de trás e, como se ela tivesse curtido o nome que eu acabei de dar pra ela, ela pisca o olhinho balbuciando.
Continua...
+300 votos e +100 comentários pra eu tar soltando o primeiro capítulo da segunda temporada.

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Inolvidável - Livro 1.
Romance+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...