Inolvidável - Livro 1.

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Abraço ela que funga passando o braço em volta da minha cintura e de longe ouço os seguranças chamarem uma ambulância pois o fodão desmaiou.

Tem pica pra assediar mas não tem pra aguentar dor, engraçado.

Kaira: E-Eu... - Enterra o rosto no meu peito que aperta ao escutar ela fungar mais ainda. - Atirei numa pessoa. - Completa abaixando com as duas mãos na cabeça antes de tapar a boca incrédula.

- Tu. - Me agacho na altura dela antes de erguer a cabeça pelo queixo fino de boneca que ela tem fazendo ela olhar dentro do meu olho. - Tu fez o que foi necessário pra esse engravatado metido a pervertido nunca mais ousar fazer o que fez contigo. - Falo sério secando as lágrimas dela com o dedão e ela me olha atenta.

Kaira: Ele mereceu, não foi? - Questiona mais pra si do que pra mim mas mesmo assim eu assinto tocando em seu rosto bem desenhado e livre de maquiagem com as duas mãos.

- Tu foi foda, minha baixinha. - Ela sorri e eu levanto ajudando ela a fazer o mesmo antes de puxar seu corpo contra o meu abraçando forte. - Tu é foda. - Corrigo beijando o cabelo cheiroso e lindo dela.

Desfaço o abraço ao escutar barulho de sirene e olho no começo da rua podendo ver uma viatura policial chegar por trás de uma ambulância.

- Merda! - Xingo baixo abaixando pra pegar a arma, pego colocando na cintura e arrasto pra trás entrelaçando minha mão na da Kaira. - Hora de nóis meter o pé, minha atiradora.

Kaira: Segunda vez que tu me faz correr descalça, cara. - Ri tirando a rasteira e pega numa só mão.

Dou uma breve risada ao recordar da vez que eu vim atrás dela no trampo e ela tirou as sandálias pra correr sendo que eu tava de carro.

Aperto mais a mão dela na minha e beijo as costas da mesma antes de puxar ela pra tentar sair na miúda enquanto os policiais interrogam os seguranças que dizem não saber de onde foi efetuado o disparo.

- Tem duas pessoas correndo ali! - Ouço uma voz masculina gritar quando a gente tá quase passando despercebido. - Parem onde estão, ordem policial!

Kaira: Meu Deus eu vou ser presa. - Tapa a boca com a mão enquanto a gente começa a correr na direção da moto.

- Vai nada, vamo dar fuga nos cana minha baixinha. - Dou risada quando ela me dá um tapa e trepo na moto com ela atrás de mim antes de enfiar a chave na ignição.

Kaira: O que tu tá fazendo comigo. - Suspira abraçando a minha cintura.

- Eles estão fugindo, vamos seguir com a viatura. - A mesma voz fala e eu acelero com o coração a mil.

- Pique Batman e Robin, tá ligada? - Faço graça após ver ela querendo chorar através do retrovisor.

Kaira: Muito otário. - Nega com a cabeça gargalhando.

Praticamente segundos depois eu ouço a sirene e vejo a luz do giroflex atrás da gente enquanto corto caminho por uma ladeira no meio de uma rua pouco iluminada.

Com eles cada vez mais no nosso enlaço eu penso rápido e vou pra uma rua que dá em duas vielas, vou pra viela do meu lado direito que é mais estreita e esburacada que eu sei que vai levar mais tempo pra eles passar e não vai poder acelerar muito.

Assim que saio da mesma dou a volta indo pra uma rua do lado e paro a moto lá só esperando eles passarem, e como eu pensei eles pegam a estrada deixando a gente pra trás.

- Porra que saudade dessa sensação. - Desço da moto com o coração parecendo que vai cair de tanto que bate.

Kaira: Tu tá me tirando? - Respira fundo passando a mão no rosto e desce também. - Preenchi minha cota de aventura contigo, sério.

- Salvei tu de viver uma vida sem graça, de nada. - Sorrio falso. - Dar um tempo pra ter certeza de que não tem mais gente no nosso pé e aí nóis caça nosso rumo. Jaé?

Kaira: Jaé. - Assente prendendo os cachos num coque baixo antes de gargalhar alto do nada.

- Tá chapada de adrenalina, né não? - Ela assente me fazendo rir junto. - Malucona, pô.

Pego ela no colo sentindo suas pernas travarem na minha cintura enquanto abraço e coloco ela sentada de volta no banco da moto. Ela passa a língua nos lábios apoiando os cotovelos no tanque e eu vejo seus cachos dourados voarem no coque através do retrovisor que tá por trás dela.