24.

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Maratona
(4/4}

- Ha ha ha. - Ironizei vendo ele dar a volta no carro e sentar no banco do condutor. - Com que intuito eu faria de propósito?

- Sei lá. - Deu de ombros. - Se quiser que eu te carregue é só pedir, mas pô, tu é pesadona em? - Brincou.

- Cala a boca, cara. - Ri. - Peso só cinquenta e quatro. - E tu veio atrás de mim por quê? - Passei a língua nos lábios, respirando fundo e ele ficou me encarando fixamente. - Em, ex presidiário?

- Atacante, pô. - Corrigiu.

- Defensora. - Brinquei, arrancando uma risada dele.

A fome deve estar me fazendo ver coisas, é alucinação, certeza.

Atacante: Mota tá bolado comigo. - Abaixou o capuz e tirou o boné, fazendo eu ver melhor seu rosto sendo iluminado pela luz da lua em meio à escuridão em que nos encontrávamos.

- E o que eu tenho a ver com isso?

Atacante: Tudo. - Engoliu saliva, fazendo o pomo-de-adão dele se movimentar. - Enquanto a tua irmã não perdoar ele, ele não vai me perdoar.

- Merecido. - Concluí depois de um tempo em silêncio, ponderando a situação.

Atacante: Ele tá amarradão na dela, Kaira. - Arrepiei ao ouvir e ver meu nome sendo pronunciado por ele. - Eu sou tão filho da puta que só tenho o Mota de parceiro, pô, não quero ficar mal com o único mano que tenho. Dá essa moral aí.

- Tá. - Ergui os braços pra fazer um coque nas minhas tranças, o que fez com que um dos botões da blusinha abrisse, deixando meu decote mais evidente. - O que tu quer que eu faça?

O outro, super discreto, só que não, já desceu o olhar da minha clavícula até meus peitos antes de sorrir de lado e passar a língua nos lábios.

Terminei de fazer o coque e nada do bonito me responder, parecia que tava em transe, sabe aquelas pessoas que estão fisicamente presentes mas mentalmente não? Ele tava assim.

Estalei os dedos na frente de seus olhos e ele saiu do transe, voltando a subir o olhar pro meu rosto.

Atacante: Quê? - Passou a língua nos lábios, fazendo eles ficarem mais vermelhos e eu desviei o olhar pra lua.

- Eu perguntei de que forma eu posso ajudar.

Atacante: Hm, tá. Domingo vai rolar pagode lá na minha quebrada, dá teus pulo pra fazer ela ir.

- Supondo que ela vá, e depois? - Arqueei a sobrancelha esperando que ele concluísse.

Atacante: Espero do fundo do meu coração que quando ela vir ele perca a marra e tenha vontade de se jogar nos braços dele igual naquelas porra de filme brega. - Fez cara de nojo.

- Ele faz a fanfic dele, ele. - Gargalhei e ele coçou a nuca, parecendo envergonhado. - Eu vou te ajudar.

Atacante: Jaé. - Fez joinha.

- Mas não é por você, é por eles.

Atacante: Quem?

- Mota e Me...

Atacante: Te perguntou? - Me cortou e eu revirei os olhos.

- Antes de me levar pra casa me leva pra comprar algo pra comer. - Bocejei.

Atacante: E quem disse que eu vou te levar pra casa? - Passou os braços por trás da cabeça, me encarando em seguida.

- Olha só... - Sentei direita pra encarar ele com mais seriedade. - Se você não tivesse me feito correr igual uma doida, eu já teria ido pra casa e me alimentado então isso é o min... - Fui interrompida pelo som da sua risada. - O que é tão engraçado?

Atacante: O que não te deram de altura te deram de marra, né? - Negou com a cabeça rindo mais ainda e eu dei o dedo pra ele.

- É sério, atacante...

Atacante: Tá bom, baixinha, tá bom. - Respondeu colocando a chave na ignição e girou a mesma, em seguida.

- E se não for pedir demais...

Atacante: Diz ela já pedindo... - Me olhou de rabo de olho e eu até fiquei quieta. - Fala, pô.

Geralmente sou muito orgulhosa, mas meus pés tão ardendo muito por eu ter corrido descalça, devem estar mó arranhados e eu não quero ficar sentindo essa dor durante a noite toda então não posso deixar o orgulho me vencer dessa vez.

- Na rua por trás dessa tem uma farmácia, tem como você pegar pomada pra machucado lá pra mim?

Atacante: De boa.

Como combinado ele parou na farmácia e comprou a pomada pra mim, passei nos pés e ajudou muito a aliviar a dor, depois eu liguei pra minha pizzaria favorita e já pedi uma pizza qualquer com antecedência, quando chegamos na frente do estabelecimento eu só pedi uma fanta e paguei pelo meu pedido.

Depois dali ele me deixou na barreira do Lins e eu peguei um moto táxi que me deixou em casa, chegando lá comi até passar mal e tomei um banho antes de cair morta na cama.

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Só volto a postar assim que todos os capítulos da maratona baterem +80 votos e explico o porquê depois.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora