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Não bateram a meta mas tô postando mesmo assim só pra compensar esse chá de sumiço que eu dei esses dias.
Kaira.
Saio da facul praticamente correndo por estar extremamente atrasada pro trabalho e graças ao bom Deus eu acho um táxi no ponto próximo dali e pego dando o endereço do meu trabalho.
Assim que o taxista para na frente do estabelecimento eu pago e desço escutando o carro ir embora, cumprimento os seguranças achando estranho o facto de eu nunca ter visto eles na vida e assim que entro avisto a recepcionista que trabalha comigo no lugar dela roendo a unha, coisa que ela só faz quando tá nervosa.
- Oi, Hélvia, tudo bem? - Passo pra dentro do balcão e deixo a mochila por baixo na minha cadeira vendo ela negar com a cabeça.
Hélvia: Mulher defina bem, aqui tá só o caos. - Respira fundo passando a mão na raiz do cabelo ondulado.
- Quem são os homens lá fora? - Pergunto sentando na minha cadeira. - Não lembro de ter visto eles por aqui antes.
Hélvia: A história é longa. - Suspira apertando algumas teclas do telefone e eu fico calada ao escutar uma voz grave do outro lado da linha mandando a Hélvia ser breve sendo que era pra ser a voz da minha chefe. - Er... - Coça a cabeça olhando pra mim apreensivamente e o cara limpa a garganta deixando notório o pavio curto. - Kaira de Oliveira, a recepcionista que trabalha comigo, já chegou.
Ele fala pra ela mandar eu subir imediatamente e eu já fico como? Com o cu na mão e o coração batendo na sola do pé de tanto nervoso.
- Hélvia me explica o que tá havendo, pelo amor. - Peço quase tendo um ataque de nervoso.
Hélvia: Vou ter que ser bem breve porque ele já tá puto porque tu tá atrasada, aí se demorar pra ir falar com ele eu não quero nem imaginar. - Assinto escutando com atenção. - Nossa chefe tá muito doente e teve que se mudar pra Europa de última hora, deixou a empresa nas mãos do filho mais velho que por sinal é a amargura em pessoa.
- Caralho, e por que ele quer me ver?
Hélvia: Ele tá chamando cada funcionário pra conversar e ver se vai descer de cargo, ser demitido por falta de eficiência ou promovido, aí já não tá bom contigo porque quando foi sua vez você ainda não tava aqui.
- Por isso os seguranças novos? - Ela assente. - Ai meu Deus. Não atrasei porque eu quis não, foi por conta da faculdade.
Hélvia: Guarda essa explicação pra ele e vai logo antes que ele ligue dizendo que não é nem pra tu subir mais.
- Merda. - Xingo baixinho e me levanto caminhando até o elevador beirando um colapso.
O elevador abre e antes de fechar as portas eu vejo a Hélvia sussurrando um boa sorte pra mim antes de me dar um sorriso encorajador. Pressiono o botão do último andar e assim que as portas do elevador se abrem eu passo a agir no modo automático de tão ansiosa que isso me deixou.
Saio de elevador cumprimentando a assistente da minha ex chefe e ela anuncia minha chegada antes de acariciar meu braço e abrir a porta da única sala nesse andar pra mim.
Meus olhos vão de encontro com os do homem branco loiro com uma aparência de, no máximo uns trinta anos, sentado na cadeira que antes era ocupado pela sua mãe e vestido impecavelmente bem.
- A conversa é pra hoje ainda, senhorita. - Seu tom frio me tira do transe e eu entro na sala parando do lado da porta. - Feche a porta e sente-se.
Fecho a porta e vou me sentar em uma das cadeiras dispostas na frente de sua mesa secretária, foco os olhos na sua camisa de listras azuis por baixo da gravata que provavelmente deve custar mais do que a minha vida e assim que subo o olhar pro seu rosto pego seus olhos verdes sobre meus peitos antes de subirem pro meu rosto.
- Tá atrasada. - Acaba com o silêncio.
- É muito raro eu me atrasar, foi por conta da faculdade. - Informo. - Se o senhor quiser posso vir trabalhar no meu dia de folga pra recompensar.
- Aí eu teria que recontratar todos que eu demiti por atraso e permitir que fizessem o mesmo. O que faz você achar que será uma em um milhão? - Aperta os olhos na minha direção e eu engulo em seco com medo de perder o emprego.
- Apesar de ainda não ser formada eu sou muito eficiente, sua mãe vivia dizendo isso e...
- Realmente, é por isso que eu ainda estou procurando te escutar. - Me corta. - Olhei seus feitos pela empresa e realmente você é uma ótima funcionária.
- Viu só? Eu prometo que vou fazer um esforço imenso pra não voltar a me atrasar, senhor? - Deixo no ar pra ele completar.
- Maurício. - Ele completa. - Mas aí voltamos para a questão da injustiça, muita gente perdeu o emprego por atraso. Meio injusto só você ser perdoada, não? - Permaneço calada. - Como fazemos?
- Eu preciso muito desse emprego, senhor, por favor me dá uma chance pra me redimir da maneira que puder.
Maurício: Tem algo pra me dar em troca? - Franzo as sobrancelhas sem entender ao ver seu sorriso de canto enquanto passa o olho por mim.
- Não entendi.
Maurício: Uma coisa que minha mãe não mencionou sobre você foi essa sua beleza exótica. - Fala me deixando arrepiada.

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Inolvidável - Livro 1.
Romantizm+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...