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Kaira.
Doze da manhã e eu já estou exausta parecendo que um caminhão por cima de mim, por quê? Porque dona Maria simplesmente resolveu escravizar eu e Melissa.
Tá nós duas desde as sete da manhã ajudando ela pra esse bendito desse almoço, eu acho que nunca fiz uma arrumação tão profunda quanto essa em toda minha vida, depois disso eu vou tá aplaudindo toda faxineira que aparecer na minha frente porque olha... Que trabalho árduo!
Depois da geralzona ainda cozinhamos, coisa de banquete sendo que vai vim só dois homens. Já falei pra tia que vai sobrar comida à beça, mas tu escutou? Porque ela mesma não.
Pego minha mochila no quarto livre que tem aqui na casa da tia e separo a roupa e os produtos que vou usar, vou ficar bem básica, um shortinho jeans de lavagem clara e uma blusinha preta que deixa boa parte da barriga à mostra.
Me dirijo ao banheiro depois que a Melissa sai de lá e assobio pra tia Maria que passa por mim toda cheirosa e gostosa num vestido solto de alça fina com o cabelão todo alinhado nas costas.
Maria: Vai logo tomar banho que eu já escutei batida no portão. - Abre a porta do banheiro me empurrando pra dentro antes de sair caminhando pelo corredor curto indo pra sala.
Tomo um banho rápido saindo do banheiro enrolada na toalha e assim que chego no quarto me arrumo escutando a voz do Mota, Melissa e do amiguinho vindo da sala.
Meu cabelo eu passo só a mão puxando os fios pra dar volume no afro, tirei as tranças e passei uma tesoura pra colocar umas luzes loiras que, modéstia à parte, estão babadeiras!
Me perfumo saindo do quarto com o celular na mão e assim que chego na sala sorrio pro Mota que sorri de volta ajeitando a Melissa no colo dele, chego perto olhando pro Atacante de canto de olho e troco beijo no rosto com o Mota.
Mota: Tudo bem?
- Tudo e com você? - Ele diz que sim e eu me viro pro Atacante.
Queria poder ignorar mas infelizmente, ou felizmente, a minha educação fala mais alto.
- Oi. - Ele só balança a cabeça permanecendo com o semblante sério e volta a conversar com a tia Maria.
Maria: Cês tão com fome? - Pergunta pra eles.
Atacante: Na mó larica, né não? - Bate no braço do Mota que confirma mordendo o lábio inferior enquanto encara a Melissa.
Mota: Isso mermo.
Maria: Bora comer então.
A gente vai pra mesa arrumada sentar e começa a se servir das inúmeras comidas que tem lá, comemos num clima legal e depois de terminar o Mota e o Atacante se oferecem pra tirar as coisas da mesa. Nem preciso falar que a tia amou isso neles né?
Atacante sai pra fumar no quintal e eu pego o pendrive dele no bolso do meu short indo entregar pro Mota.
- Dá pro seu amigo depois. - Ele pega olhando.
Mota: E por que tu não faz isso?
- Não tá clara pra você a falta de vontade de interagir comigo que ele tem? - Suspendo as sobrancelhas vendo a Melissa e a tia arrumando a louça nos armários.
Mota: Atacante tá assustado, Kaira. - Respira fundo passando a mão na cabeça.
- Com o quê?
Mota: Com o jeito que tu mexe com ele, aí ele tá tentando fugir disso "pelo bem dos dois." - Faz aspas com os dedos deixando claro que essa é a ideologia do Atacante.
- Será?
Mota: Vai por mim, pô, escuta a pessoa que atura aquele desgraçado desde que se entende por gente.
- Essa vai ser minha última tentativa de falar com ele. - Aviso.
Mota: Tá certa. - Estende a mão pra mim e eu pego fazendo um toque antes de ir pro quintal.
Observo suas costas largas que de brancas estão vermelhas pois agora ele tá sem camiseta, provavelmente por conta do calor, escorado de lado no muro e de costas pra mim ele fuma o baseado calmamente.
Paro perto dele respirando fundo e pego ele me olhando de canto de olho soltando a fumaça devagar.
- Aqui. - Estendo a mão que pega o pendrive na direção dele.
Ele olha pros meus olhos descendo pra minha boca e passa a língua nos lábios antes de voltar a subir pros meus olhos, sustento o olhar dele e ele desvia negando com a cabeça antes de pegar e fazer menção de sair, porém eu entro na frente impedindo a passagem.
Atacante: Tu quer o quê de mim, Kaira? - Suspira fechando o olho e engole saliva antes de voltar a abrir me fitando. - Sai da porra da minha vida, sai da merda da minha mente... - Pede jogando o resto do baseado na lixeira.
- Atacante... - Susurro me aproximando e apoio as mãos no peitoral dele beijando seu peito sentindo o coração dele bater disparado em meus lábios.
Atacante: Não fode mais, baixinha. - Pede passando a mão na lateral do meu rosto. - Vamo parar enquanto dá tempo.
- Já não dá tempo. - Nego com a cabeça erguendo ela podendo olhar nos olhos dele.
Atacante: Dá sim, porra, Kaira. - Bufa. - Tem que dar.
Fico na ponta do pé pegando seu rosto com as duas mãos e ele abaixa um pouco encostando a testa na minha de olho fechado com as mãos de cada lado da minha cintura.
- O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. - Susurro passando a ponta do nariz pelo rosto dele e peço pra ele olhar pra mim antes de dar continuidade. - Quanto mais você negar mais esse sentimento vai se apossar de você.
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Inolvidável - Livro 1.
Romansa+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...