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Atacante.
Quanto tempo uma pessoa leva pra superar?
É essa a pergunta que eu venho fazendo a mim mermo desde o velório, passou coisa de uma semana e eu tô ligado que é recente ainda pras meninas se mostrarem "superando" e pá, porém o jeito que a minha baixinha tá reagindo tá me deixando assustado.
Até a Melissa tá reagindo melhor, Kaira se recusa a comer, falar mais do que o essencial ou sair da cama, dorme e acorda chorando e vive implorando pra geral não deixar ela sozinha.
Queria ficar com ela em cada momento mas tem b.o que eu como o frente e dono da comunidade tenho que resolver aí fica difícil dar aquela assistência vinte e quatro sobre sete pra ela então a Mel vai ficar no barraco dela até conseguirem seguir em frente de alguma forma.
Porra, o filha da puta do Jota não imagina o tesão que eu tô pra amassar ele na porrada antes de torturar dignamente e dar o fim mais podre que existe pra ele.
Uma altura dessas eu tô cego de raiva, minha vontade é ir naquela porra daquela favela que ele se esconde que nem um rato assustado e pipocar sem dó, sem me importar com quem vai tá lá no lugar errado e na hora errada.
Sou total contra isso de fazer a merda de uma chacina mas pô, ele tocou no ponto fraco do meu ponto fraco e agora não tá tendo peito pra arredar o pé dali e vim no olho no olho comigo.
Só não subi aquela merda botando tudo pra fuder porque a Mel e a Kaira praticamente me imploraram pra levar em consideração a pá de vidas inocentes que tem lá.
Tô dependente do Bil, ele tá fechando comigo de novo e me informando cada passo que aquela bosta ambulante dá, na primeira oportunidade quando ele arredar o pé dali eu pego pra nunca mais soltar o desgraçado.
Saio da boca passando a peça pra trás na cintura e trepo na minha moto metendo o pé pra lanchonete onde compro uns lanche e em seguida me mando pra goma da Kaira depois de passar o radinho pros moleque ficar na máxima atividade por lá.
Colo na base da baixinha subindo com a moto na calçada e abaixo o tripé descendo e tirando a chave da ignição depois de ligar pra Kaira falando que tô aqui fora.
Me escoro na parede com a sacola do lanche na mão e alguns segundos depois o portão azul é aberto revelando uma figura baixinha com a jubona toda armada, linda.
- Tá bem, minha neguinha? - Me aproximo antes de abaixar dando um selinho estalado em sua boca. Ela assente respirando fundo e eu olho pro seu olho puxando vendo que tá vermelho e inchado. - Mentira. - Beijo a ponta do seu nariz fininho que também tá avermelhado.
Kaira: Vou mentir até virar real. - Encolhe os ombros dando espaço e eu entro fechando o portão com o pé antes de ir atrás dela entrando na sala.
- Fala, Melmel. - Abaixo beijando a lateral da cabeça dela que tá deitada enrolada numa coberta no sofá.
Melissa: Já falei pra ti e pro Mota que cês não precisam vir pra cá em turno pra ver como a gente tá, tamo levando. - Passa a mão no rosto inchado secando a lágrima no canto do olho.
- Nós não precisa mas nós vai, pô. - Balanço a sacola do lanche mostrando pra elas. - Pra vocês, pô.
Elas agradecem e eu coloco sobre a pequena mesa de centro antes de entrelaçar meus dedos nos da baixinha e sair guiando ela pelo corredor pequeno rumo ao quarto.
Kaira: Vamo deitar comigo? - Me abraça jogando a cabeça pra trás pra poder olhar pra mim e eu assinto beijando sua testa.
- Deixa eu só colar no banheiro rapidão. - Cheiro a juba dela desfazendo o abraço.
Tiro a peça da cintura deixando sobre a penteadeira dela e vou pro banheiro dar um mijão rápido antes de lavar as mãos e voltar pro quarto.
Ao voltar pro quarto eu me escoro no batente da porta por coisa de dois minutos só pra ter certeza de que não é nóia minha o que eu tô vendo.
Fico olhando a baixinha parada em frente da penteadeira encarando a minha glock e quando ela faz menção de tocar nela eu coço a garganta passando a mão na minha barba rala.
- Tá fazendo o quê? - Pergunto fazendo ela tomar um susto e se afastar.
Kaira: Nada não, vem. - Me puxa pela mão e nós deita na cama.
Ela descansa a cabeça no meu peito abraçando meu quadril e eu descanso um dos braços sobre a curva da sua cintura apoiando o queixo na juba cheirosa dela.
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Inolvidável - Livro 1.
Romance+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...