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Xodós eu postei uma nova história intitulada "Entardecer", tenho planos muito bons pra ela então passem por lá que não vão se arrepender. Se os dois capítulos que eu postei lá baterem mais de 100 votos eu me organizo aqui pra fazer uma mini maratona de uns 3 capítulos.
ATACANTE.
Saio da casa dela arrumando a glock por trás na cintura com a noite de ontem passando na minha cabeça que nem filme tomando meus pensamentos.
Me bato com alguém e olho pro menor com uma bola de basquete na mão se desculpando, aceno com a cabeça e ele sai correndo como se a vida dele dependesse disso.
Porra, pensa numa pessoa que quando erra bota pra fuder e erra pra caralho. Eu mermo, tô me sentindo burrão por ter dormido lá ainda. É de fuder mermo.
Passo a língua pelo cantinho da boca sentindo falta do meu baseado e paro no beco onde deixei minha moto. Tiro a camiseta sentindo o sol bater nas costas e coloco em volta do pescoço antes de pegar a chave no bolso e montar nela ligando e saindo dali.
Paro na frente da minha base cumprimentando os crias na contenção e abro o portão indo direto pra sala onde de cara vejo o terrário da minha filha por cima do aparador.
- Papai chegou. - Destampo o aquário deixando a tampa no chão e olho pra Quídea que tá enrolada no canto por trás de uma rocha. - Vem filha.
Coloco a mão por dentro e ela estica a língua comprida pra fora fazendo aquele barulhinho próprio delas enquanto se arrasta pra perto e vem subindo se enrolando no meu antebraço.
- Linda. - Beijo a pele preta e áspera dela na cabeça pequenininha.
Quídea, diminuitivo de Orquídea, tem sete anos, é uma Cobra Real Mexicana e o amor da minha vida. Peguei ela recém nascida quando fiz dezoito anos e até hoje tamo aí.
- Tá com fome né pedreira? - Ela ergue a cabeça encarando fixamente o meu dedo parada e eu até já sei o que ela vai fazer.
Passa dois minutos desse mesmo jeito e ela avança na minha mão cravando os dentes no meu dedo indicador tentando engolir enquanto ele sangra.
- Papai tá com aparência de rato pra tu tá fazendo isso? - Pergunto pra ela indo pra cozinha e coloco água na cafeteira elétrica ligando na tomada pra ferver. - Em Quídea?
O sangue do meu dedo escorre pingando no chão e eu pego a cafeteira colocando a água no pote que eu sempre uso quando isso acontece. Pego limão também e espremo na água esperando ela ficar morna, quando ela arrefece eu me dirijo até à pia de louça e molho a ponta do dedo onde ela pegou, fazendo a água escorrer até ele e pouco a pouco repito o processo até ela soltar.
Ela vem subindo deslizando pelo meu pescoço e eu pego o radinho ligando na frequência do Bala.
Bala: Boa, chefia.
- Boa pra nós, cria. Passa a visão.
Bala: Tudo tranquilo por aqui, patrão. Passa nada.
- Já foi feita a troca de turno?
Bala: Meia noite, como tu mandou.
- Jaé. Preciso que tu me faça um favor.
Bala: Pode falar.
- Tá ligado no terrário de rato que tem no depósito da rua que fica mais pra trás quase no matagal?
Bala: Tô ligado sim.
- Pega lá dois e traz pra mim.
Bala: Entendido.
- Aciona quando chegar. - Desligo passando a mão pela pele da Orquídea e jogo o radinho na mesa indo deixar ela no terrário.
Coloco o braço dentro e ela desliza pela minha pele fazendo aquele barulho característico de cobras enquanto desce, tampo novamente e subo as escadas indo escovar os dentes e tomar banho.
Quando termino de me trajar naquele pique o Bala bate aqui e eu vou lá pra fora onde faço um toque com ele e volto com uma caixa de papelão com furinhos pros rato respirar em mãos.
Destampo o terrário e abro a caixa pegando os dois ratos pela calda antes de colocar eles lá dentro e voltar a tampar.
Orquídea vira a cabeça pro lado batendo o olho neles e o mais esperto corre se escondendo em alguma planta enquanto o outro fica parado encarando ela de volta.
Ela se aproxima lentamente dele que tenta fugir mas ela é mais rápida e se fecha em um círculo em volta dele antes de dar o bote pegando o corpinho dele que tenta lutar fazendo barulho de ruído mas para quando ela se enrola nele terminando de engolir todo corpo dele.
O outro rato se mexe nas plantas e a Orquídea vira na direção dele colocando a língua de fora e indo atrás.

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Inolvidável - Livro 1.
Romance+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...