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— Não! É só que... — fiquei sem falas, Eduardo nunca me pegou beijando ninguém e sempre imaginei que ciumento como é, ele surtaria ao ver isso.

— Ah... — abaixou a cabeça, parecia triste, e se virando voltou pra sala. Encarei Gabriel que também me olhava sem entender.

— Viu o que você fez? Idiota!

— Para com isso. Vamos lá ver o filme com o garoto!

Revirei os olhos, esse lado despreocupado dele me irritava. Chegamos á sala e Eduardo estava sentado balançando as perninhas que não alcançavam o chão, porém não olhava o filme. O conhecia o suficiente pra saber que ele estava triste.

— O que foi? — sentei ao seu lado e ele encostou a cabecinha em meu braço.

— Nada.

— Você quer ir embora? — perguntei preocupada, ele estava um poço de alegria a minutos atrás.

— Não, por favor, deixa eu ficar aqui vendo filme com o Gabriel, só mais um pouquinho! — quase implorou com uma carinha.

— Tudo bem, mas me conta, o que foi? — perguntei e olhei Gabi que parecia tão preocupado como eu. Ele se sentou do outro lado e lhe fez um carinho no cabelo perguntando a mesma coisa.

— Eu queria que vocês tivessem namorando, porque meu vô fala que o cara que te namorar pode ser meu pai. — disse de cabeça baixa, inocente, enquanto continuava a balançar as perninhas. Fiquei sem fala, engoli em seco sentindo outra vez a culpa me invadir. Gabriel olhou-me sem saber o que fazer, meus olhos marejaram e virei o rosto para que Eduardo não percebesse.

— Olha, vamos mudar de assunto? Que tal a gente planejar o nosso dia amanhã? De manhã vamos pra piscina, prometo fazer um churrasco bem gostoso, de tarde...

Ele começou a entrar na mente do meu filho e acabei rindo, ele conseguiu mudar o humor do meu pequeno, e ele era tão esperto que ainda fez isso em prol dele, prometendo a Eduardo que amanhã passaríamos novamente o dia juntos. Acabei me encostando no sofá e fiquei os ouvindo conversar, nem vi quando peguei no sono. Somente acordei com um barulho de uma chuva forte e de alguma coisa próxima a mim.

Abri os olhos e vi que ele colocava Eduardo no colchão que ele havia posto na sala, havia dois colchões, um de solteiro e um de casal, ambos com travesseiros e edredons. Olhei Gabriel o ajeitando e vi que meu filho dormia profundamente e só aí me dei conta que perdi totalmente a noção do tempo.

— Não, acorda ele. A gente já ta indo! — sussurrei e Gabriel me olhou enquanto cobria Dudu.

— Com essa chuva louca? Rio alaga várias ruas, não sou louco de deixar vocês irem. Ele já tá dormindo e tava super ansioso pro dia amanhecer, deixa ele descansar.

— Que horas são?

— Duas e pouco da madrugada.

— Nossa, dormi demais. — sorri, sem jeito

— Só um pouquinho! — riu e se deitou no canto do colchão de casal — Vem, deita aqui pra você voltar a dormir. — disse já se cobrindo com o edredom de casal.

— Pode deixar que eu durmo no colchão com o Eduardo.

— Acho que não, ele é espaçoso pra caramba. — riu.

— Você também, viu? — ri.

— Só um pouco. — sorriu — Vem! — ergueu o edredom fazendo sinal pra eu me deitar, fiquei em dúvida — Vem logo, mano! Você tava dormindo, tá frio, esse tempinho de chuva é ótimo pra dormir! O Eduardo pediu pra dormir com a gente, arrumei tudo aqui. Não vai fazer essa desfeita, né?

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora