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— Eu não disse nada... Não pra ele! — disse ainda olhando pro céu, me manti em silêncio aguardando que ele continuasse, longos segundos depois isso aconteceu — Posso até amar, Vitória... — olhou-me, voltando a olhar pro céu em seguida — Mas de nada adianta o amor quando a mágoa, a raiva, a decepção e o nojo é maior!

O olhei franzindo o cenho, além de tantos sentimentos ruins ele ainda cita nojo? O que de tão errado eu fiz, se fiz tudo pensando nele?

— Nojo? — perguntei quase sem voz, segurando o choro, tamanha mágoa e dor.

— Nojo da sua atitude, das suas mentiras, da pessoa que você se tornou! — olhou-me com desdém — Nojo de mim por sentir algo por você! Nojo, mano, nojo! Nojo daque...

— Gabriel, chega! — Dhiovanna disse atrás dele. Tanto ele quanto eu nos assustamos, nem á vimos sair pra fora, fiquei completamente sem graça por ela ter ouvido todas aquelas ofensas, e pra minha surpresa ela olhava repreendedora pro irmão que se mantinha impassível — O Eduardo está chamando vocês!

Gabriel passou pela gente como se nada tivesse acontecido e entrou, ela também nada disse e seguiu o irmão. Respirei fundo e olhei pra cima segurando o choro, disfarcei meu rosto e entrei. Meu filho pedia para dormir com o pai que de primeira deixou, não tive como dizer não. Apesar de tudo percebia Eduardo confuso com tudo aquilo.

— Já que o Eduardo vai ficar, acho que já ta na minha hora. — olhei pra Gabriel esperando que ele dissesse algo já que ele me trouxe, o que não aconteceu — Eu vou indo. Boa noite, filho. — aproximei-me dele que estava encostado no braço de Gabriel, beijei sua testa, olhei outra vez pra ele que me ignorava, suspirei. Como a sala estava vazia, preferi assim, não me despedi de sua família, apenas disse — Cuida bem dele. — e abri a porta de sua casa. Agradeci por ser boa em caminhos e lembrar a saída do condominio, sem contar que ele era bem sinalizado.

Cheguei até lá com certa facilidade, neguei que o porteiro do condomínio me chamasse um táxi, primeiramente porque estava sem dinheiro, havia trago apenas o celular, e segundo porque queria espairecer um pouco e em seguida ligaria pra Jéssica.

Andei algumas ruas após o condomínio até começar a ficar com medo, afinal, era Rio de Janeiro e eu era uma mulher sozinha. Peguei meu celular pra que Jéssica me buscasse com o carro que estava conosco. Assim que o desbloqueei, vi que ela havia me mandando uma mensagem que dizia estar indo á uma balada com um "carinha", a chave estaria na portaria do prédio. Xinguei todos os nomes existentes, principalmente o de Gabriel, que me trouxe e me deixou na mão.

Pensei em voltar até o condomínio e pedir um táxi, quando chegasse ao meu destino eu pagaria, porém tive receio em voltar todo aquele caminho, já que nem todos os taxistas aceitam a gorjeta somente no final da corrida, fiquei naquele impasse e decidi voltar a portaria do condominio e arriscar.

GABRIEL

Vitória saiu por aquela porta e eu engoli em seco, quando ela abriu a porta tive um pouco de receio, sua roupa era curta, decotada e tive medo, mas com certeza ela pegaria um taxi. Decidi não me importar mais com ela e voltei e tentar ensinar o joguinho do meu celular pro meu filho.

— Cadê a Vitória? — apareceu na sala, com a minha mãe atrás.

— Foi embora. — Eduardo sorriu, triste.

— Mas ele nem se despediu! E você, não ia levar ela? Ela foi sozinha?

— Pegou um táxi.

— Com que dinheiro? Não vi ela com bolsa. — Dhiovanna estranhou.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora