DESTINO | Gabriel Barbosa

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Eu já estava em casa á um dia, e hoje após a meia-noite já era aniversário do meu pai. Gabriel não sabia disso, se quer sabia que era aniversário do meu pai. Não conversamos esses dias, ele apenas ligava e eu já passava pro Eduardo, como agora, enquanto eu e Jéssica nos arrumamos, meu filho estava sentado na cama falando ao celular com o pai que não sabia que o celular estava no viva-voz.

— O que sua mãe tá fazendo?

— Ta passando aquela coisa que deixa o cabelo dela enrolado.

— Ela vai sair? — perguntou um pouco espantado, Jéssica sentou-se ao lado dele pra ouvir melhor.

— A gente vai comemorar o aniversário do vovô que é amanhã. O tio João é incrível, ele conseguiu fazer um ingresso pra que eu pudesse ir também!

— Tio o que? — disse visivelmente irritado, respirei fundo atenta.

— Ele disse que é quase irmão da mamãe.

— Passa o celular pra sua mãe. — Eduardo me entregou e eu revirei os olhos o pegando.

— Oi.

— Que porra é essa?

— É o aniversário do meu pai, você tem plena consciência que ele agora é praticamente da família e eu não vou deixar de ir só por você!

— É assim que você vai resolver nossos problemas agora? Pensando só em você? — disse irritado.

— Gabriel, na boa? Não tô afim de discutir pela milésima vez com você. É só isso que fazemos, tô cansada já. Olha, um dos donos de lá é amigo do João Vitor, foi colega meu também, fizemos faculdade juntos e ele permitiu que eu levasse o Eduardo durante até certo tempo. Vou vir embora mais cedo por isso, fica tranquilo, seu filho vai me vigiar pra você. Boa noite.

Desliguei meu celular após isso e respirei fundo. Eduardo mexia em seu tablet entretido no jogo, já ela me olhou compreensiva.

— Você já tá cansada disso, né amiga?

— São raros os dias que não brigamos. Não quero um relacionamento assim. Se já tá assim no começo, imagina futuramente?

— E o que você ta pensando com isso tudo?

— Se continuar assim não da mais. Ele reclama da minha roupa, do meu jeito... Eu sei que eu também cometo muitos erros, sou nervosa, impulsiva, ciumenta. Mas eu tento! Eu liberei meu Instagram pras fãs dele a pedido dele que queria que eu me aproximasse, pra receber em troca toda essa baixaria que estão fazendo com meu nome e ele não fazer simplesmente nada, e ainda reclamar se eu disser que irei fazer. Não quero que ele brigue ou as trate mal, nem que fique ao meu favor e contra elas. Queria apenas que ele colocasse respeito nessa relação. Tô tão cansada de tudo, amiga. Eu errei em esconder sete anos da vida dele, errei e admito, mas eu mudei minha vida inteira pra concertar meus erros. Mudei de cidade, de vida, de mentalidade... E são poucos os momentos em que eu vejo que tudo valeu a pena!

Recebi um abraço reconfortante da minha amiga seguida de um "vai ficar tudo bem", tentei deixar esse assunto de lado e fui terminar o babyliss do meu cabelo.

— Tá linda, mamãe!

— Tá mesmo!

— Até que enfim! A Vera já me mandou mensagem que estão nos esperando na porta. Temos que entrar com ela e o João por conta do Dudu.

— Tô um gatinho, né vô? — disse se achando, ele estava de camiseta social branca, calça jeans e um Air Force 1 branco como a neve. Estava realmente estiloso.