VITÓRIA
Um dia após passar a madrugada no hospital tive uma surpresa. Henrique saiu do Rio e veio me ver após chegar aos seus ouvidos que eu fui parar no hospital. Sua presença me fez imensamente feliz, especialmente pelo dia de hoje: Se finalmente meu bebê desgrudasse as perninhas eu saberia se estava a espera de um príncipe ou uma princesa.
Minhas família e meus amigos estavam todos ansiosos, eu principalmente. E mesmo contrariando meu pai, preferia a presença apenas de Henrique comigo. Ele era um amigo e tanto, e mesmo que em partes nossa relação seja o motivo da bagunça na minha vida, eu não me afastaria daquele que tanto me faz bem por um outro alguém que se quer confia em mim.
...
Minha consulta foi em partes em vão. Como da outra vez meu pequeno anjinho não quis abrir as pernas. Acabei me preocupando.
Meu bebê era pequeno demais, frágil demais, e eu temia que outra vez eu o perdesse. Quem me consolou foi Henrique ao sairmos da clínica. Acabamos parando no enorme parque da cidade.
— Já pensou em nomes? — me distraiu enquanto sentados em baixo de uma árvore conversávamos preguiçosamente.
— Acho que o Eduardo quer Arthur.
— E você?
— Pensei em Samuel. — fiz careta e ele riu.
— E além desses dois? Nenhum outro?
— Uma homenagem pro meu pai talvez? — o encarei — Também pensei em Heitor.
— Todo Heitor que eu conheço é gay!
— Vicente?
— Muito forte!
— Lucas?
— Muito comum.
— Luis?
— Muito forte pra uma criança.
— Mas um dia ele vai crescer...
— Você gosta de Luis?
— Gosto!
— Luis Arthur, que tal? O seu gosto e o do Eduardo.
— Ficou feio!
— Coloca de Genisvaldo então! — fez graça e eu acabamos rindo.
— Tá ai! Genisvaldo! — gargalhei passando a mão por minha barriga. Deitei minha cabeça no ombro dele e foi impossível não pensar que era com Gabriel que eu deveria ter tido essa conversa. Mas eu estava feliz mesmo assim. Henrique não me deixava a desejar.
...
Passamos a tarde ali. Depois do seu expediente de serviço Jéssica se juntos a nós e ficou tão pirada quanto nós dois ao ver que outra vez meu bebê não nos permitiu saber seu sexo.
— Podíamos terminar o dia numa baladinha, o que acham?
— Eu topo!
— Eu mais ainda!
Amava aqueles dois. Ao contrário do que com certeza Gabriel faria, eles me tratavam como uma simples grávida, e não uma doente que tinha que parar a sua vida até que o bebê nascesse.
Voltamos para casa ainda era dia, eu e Henrique parecíamos até duas crianças de tantas bobagens e risos que compartilhávamos. Ele se deu bem com João Vitor que também topou a balada. Eu estava animada, há tempos não saía com os meus três amigos mais importantes da minha vida.
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.