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Amanhecemos naquela festa, e quando se marcou 8 da manhã, recebi a notícia de que teríamos uma lua de mel um pouco inusitada. Gabriel não parou seus jogos, e nem eu interrompi minhas atividades no escritório. Cortaríamos o Brasil de norte a sul, visitando os mais belos lugares, mas a pedido dele, todos os jogos em cidades que ele dizia amar.

Minha mala e todo o material que eu usava para trabalhar em casa já estava devidamente guardado em seu jatinho, e saindo da festa - onde restava apenas poucos convidados - corremos para o litoral sul, onde começaria nossa "tour-mel" como Gabriel apelidou.

— Se você tivesse avisado antes eu teria dado um jeito de trocar de roupa. — reclamei depois de adentrarmos seu jatinho vazio. Gabriel me carregou no colo, mas quase caiu quando teve que abaixar para passar pela porta.

— Eu ainda tô de noivo. — deu de ombros rindo. Vi ele mexer em algo, e segundos depois se virou com um balde com champanhe e duas taças — Tinha chocolate também, mas não quero te ver passando mal na nossa tour-mel. — riu.

Fiz bico, mas não o convenceu. Gabriel se sentou na poltrona ao meu lado, pediram para colocarmos os cintos para decolarmos, respeitamos a ordem e enquanto ele abria o champanhe, seu jatinho chiava rumo a nossa felicidade.

...

Fui acordada suavemente por um marido extremamente carinhoso me avisando da nossa chegada. Estava tão cansada que suspeito ter dormido enquanto ele me contava sobre como me escondeu nosso casamento civil.

Meus olhos não queriam parar abertos. Meus pés mais pareciam duas bolas inchadas, e com toda certeza meu penteado já estava um ninho.

Gabi me ajudou a descer do jatinho e a entrar no carro que nos levou rumo a um hospital frente á praia. Tudo parecia muito convidativo, principalmente o ombro dele, onde fui dormindo todo o trajeto.

...

Já no hotel fomos recepcionados por um quarto todo decorado em pétalas de rosas, e tantas outras coisas românticas, mas não foi a carta do hotel, nem as pétalas e nem o outro balde que me chamou a atenção, e sim a cama convidativa. Gabriel merecia uma lua de mel digna de Lua de Mel, mas Nicole parecia não concordar e me deixar cada vez mais sonolenta.

— Vai dormir. — disse rindo, colocando nossas malas no canto da porta.

— Você não se importa?

— Não é a minha praia, amor. — riu se aproximando e beijando minha testa — Vamos fazer amor só quando você tiver bem acordada, gatinha! — piscou um olho.

— Você é incrível! — sorri o selando os lábios — Deita comigo! — pedi fazendo bico, já me livrando do chunelo que minha mãe havia me arrumado.

— Vou tomar um banho primeiro e venho. — sorriu beijando mina testa outra vez.

— Vou dormir suja mesmo! — suspirei deitando de costas — Sua filha não aguenta mais nada! — passei e mão em minha barriga.

Gabriel riu enquanto se despia, e logo fechei os olhos, sem nem ver quando ele voltou á nossa cama.

...

Dormi o suficiente para acordar de forma natural. Meu corpo parecia ter sido todo moído, mas eu me sentia a mulher mais feliz do mundo. O quarto estava extremamente frio pelo ar condicionado, e ao olhar para o lado vi Gabriel só de cueca, todo descoberto, deitado de costas todo largado na cama.

Ele dormia sereno e estava a coisa mais linda do mundo. As rosas - que se quer tiramos de cima do lençol - se enroscaram em seu corpo fresco e eu acabei tirando uma foto de como aquela cena estava linda. Olhei as horas: 19h20 da noite! Me surpreendi, realmente dormimos muito!

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora