118

764 59 23
                                    

GABRIEL

Queria concertar as possíveis impressões negativas que Vitória estivesse de mim. Sabia que a partir de agora sua insegurança voltaria a bater com força, e não a culpava, eu realmente fiz merda, e se estivesse em seu lugar também ficaria com um pé atrás quanto a atitude feita.

Contrariando toda a equipe que ralava por uma agenda econômica e rotas organizadas, acabei fazendo a loucura de ir até Santos para apenas passar a madrugada com ela. Acho que a última vez que fiz, ainda éramos namorados.

Estava sentado na asa do meu avião quando á vi se aproximar, estava toda encolhidinha em uma calça jeans e blusa de frio enquanto vinha de braços cruzados até mim. Me levantei e fui até ela a abraçando e beijando seus cabelos.

— Frio?

— Um pouco.

— Quer entrar?

— Não. Aqui tá bom. — sorriu de lado.

Sentei novamente na asa do meu avião, com minhas costas apoiadas no mesmo e á fiz vir até mim, sentando-se entre minhas pernas.

— Como foi seu dia? — perguntei a abraçando por trás.

— De muitas conversas. — riu — E o seu?

— Passei o dia pensando em você. — sussurrei beijando sua orelha.

— Qual foi a grande merda que você aprontou? Qual é, a última vez que você fez isso a gente vivia em pé de guerra por conta dos seu ciúme louco!

— Não posso mais fazer loucuras de amor? — perguntei rindo.

— Tô começando a ficar realmente com medo. — riu.

Mordi sua bochecha e á virei para que ela me encarasse. Tirei seu cabelo de rosto e observei o quão jovem e linda ela era. Mesmo com nossos dois pequenos, Vitória ainda parecia a mesma mulher que eu reencontrei há alguns anos em um velório.

— Só quero que você se lembre sempre do quanto eu sou louco por você! Sei que á essa altura um monte de coisas deve tá se passando na sua cabeça. Sei que você é insegura e...

— Eu não sou insegura!

— Cala a boca.

— Não me manda calar a boca.

— Deixa eu falar, cacete! — ri da sua carinha irritada — Sei que mesmo que não assuma, tá com medo de eu ser outra pessoa nas suas costas. Sei dos seus medos, suas inseguranças e sei exatamente o que se passa nessa sua cabecinha inteligente. Só quero que saiba que vir até aqui de madrugada não foi nada comparado ao que posso fazer por você. Eu posso errar com meio mundo, mas jamais me perdoaria em errar tão feio contigo! Quero que você se lembre quem eu sou com você, as coisas que fiz e faço por você e não se concentre na merda que fiz com o Fábio. Sei que é um pedido difícil mas...

— Tudo bem. — interrompeu enquanto acariciava meu rosto — Eu tinha prometido não deixar isso interferir na gente e.. — respirou fundo — Ainda tô chateada, extremamente decepcionada, mas casamento é isso, né? Saber lidar com os erros do outro!

— Você fica adorável esse mês! — espremi suas bochechas como se faz com uma crianças e ela me olhou sem entender — Todo mês de dezembro você é um amorzinho! O espírito natalino te toma de uma forma que é até difícil conseguir brigar com você! — ri.

— Para! Não te perdoei! E se eu o fizesse, não seria por que estamos em dezembro!

— Não?

— Não! Só acho o fim de ano lindo demais pra perder tempo com coisas assim. — fez bico — Mas isso não quer dizer que dezembro é o seu mês de passe livre!

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora