Virei as costas e sem pensar em mais nada, segurando o choro, segui até o quarto. Assim que o abri fui pegando tudo que era meu que via pela frente e jogando na pequena mala que eu havia trago.
— Vi... — ouvi-o me chamar e percebi a surpresa em sua voz. O quarto estava todo cheio de pétalas, com velas aromáticas esperando apenas para serem acendidas, e na cama um grande "Eu Te Amo." também formado com pétalas estava escrito. Preparei tudo aquilo atoa, e agora, a única coisa que penso em fazer é sair daqui o mais rápido possível —Não faz isso, não vai embora, vamos conversar. — pediu atrás de mim segurando meu braço.
— Eu não tenho nada pra falar com você! — me virei pra ele — Agora ta vendo aí o motivo do meu atraso? — apontei para o quarto — Não precisava de toda aquela grosseria comigo enquanto eu estava preparando algo pra você, Gabriel. Pela segunda vez!
— Eu não ia adivinhar, porra! Desculpa! — falou exasperado, olhei seu rosto e vi que havia a marca da minha mão ali. Seu olhar ainda era de raiva, mas ele tentava se conter.
— Me deixa passar. — pedi em voz baixa já que ele segurava meu pulso.
— Não! Você não vai embora daqui! — afirmou sério.
— Eu vou. Eu não tenho mais nada pra fazer aqui!
— Claro que tem! Você foi mulher pra bater na minha cara, agora vai ser mulher pra sentar e resolver nossas problemas!
Olhei um pouco assustada, apesar de sempre brigarmos, ele nunca havia falado tão firme como agora.
— Você tá me machucando, me solta! — pedi tentando desvencilhar meu pulso de sua mão.
— É isso mesmo que você quer? Sair por aquela porta como se nada tivesse acontecido? — percebi ele começar a ficar vermelho, e logo sabia que segurava algumas lágrimas que estavam por vir, coisa rara que se acontecia já que em todos os anos que o conheço, era de se contar nos dedos quando já o vi chorar.
— No momento, é o que eu mais quero! — afirmei com a voz. embargada
Gabriel mais nada disse, soltou minha mão e como um foguete passei por ele, ainda na porta olhei para trás, vi que ele não se moveu um centímetro, apenas levou as mãos ao rosto. Antes que eu fraquejasse, sem nem pegar minha mala em mãos saí batendo a porta com força.
Já no corredor permiti que o choro viesse á tona. Não tentei me esconder. Entrei no elevador, e sem sentido apertei o botão que me levaria ao terraço. Tudo que eu precisaria agora era de alguns minutos para colocar meus pensamentos em ordem.
Me surpreendi ao ver que ao contrário do que eu imaginava, o terraço estava repleto de gente. Parecia acontecer algum happy hour ali, pessoas animadas dançavam e bebiam ao som da música que se quer estava alta. Algumas pessoas esbarraram em mim e um pouco desnorteada fui até a grade onde dava para ver toda a cidade iluminada.
Saí dali tentando esconder ao máximo o meu choro. Minha mala havia ficado no quarto, e tudo o que eu menos queria naquele momento era vê-lo. Com o celular em mãos me lembrei que na capinha dele ainda havia algum dinheiro, na recepção do hotel pedi que chamassem um táxi. Assim eles fizeram me olhando como se eu fosse algo de outro mundo, com certeza minha maquiagem já estava toda borrada.
Me sentei e por ali fiquei enquanto aguardava o táxi. Refleti sobre nossa briga e talvez eu até tenha exagerado sobre o vídeo. Abaixei a cabeça e tentando disfarçar já que o olhar da recepcionista estava todo vidrado em mim, comecei a mexer em meu celular e instantaneamente começaram a cair várias mensagens de Gabriel.
Suspirei e ignorei todas. Quando enfim meu táxi chegou ouvi alguém me chamar, era Fabinho, e parecia um pouco ofegante.
— Vi, espera! — sem saber o que fazer esperei ele chegar até mim, o encarava sem entender — O Gabriel tá te procurando pelos andares, ele teve aqui e nada de você! — ofegou.
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.