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GABRIEL

Meu coração se encheu de alegria ao ver a cara admirada com que Eduardo olhou cada detalhe da festa assim que chegamos. Estava tudo exatamente do jeitinho que ele me pediu, e realizar um desejo dele dava mais alegria á mim do que ao meu pequeno que nesse momento me agradece diversas vezes.

Fomos recebidos no salão de festas com todos cantando Parabéns pra ele, que não se desgrudou um minuto de mim.

— Agradece sua mãe também, não foi só eu que fiz isso. — ri beijando a bochecha ele que abraçou Vitória.

Percebi que ela estava emocionada, e confesso que eu também me segurava. Era uma emoção diferente estar ali, pela primeira vez comemorando o aniversário do meu filho que mal esperou o parabéns se acabar para sair me arrastando por entre as pessoas me apresentando como seu pai para todos seus coleguinhas e outras pessoas presentes ali.

Eu sorria bobo, Eduardo falava "Esse é meu pai." como se fosse algum troféu, e aquilo encheu meu peito de alegria e amor. Ele parecia ter por mim o mesmo orgulho imenso que eu tinha por ele.

Vitória acabou sendo esquecida por ele que me arrastava por todos os cantos da festa, o que fazia algumas pessoas até rirem da empolgação dele que era tamanha o fazendo se esquecer até da mãe. Depois de Eduardo me apresentar à todos empolgadamente, o perguntei se eu poderia ir sentar. Um pouco relutante ele disse que sim, porém me acompanhou.

Assim que vi a mesa em que minha família, o pai de Vitória e ela estavam, um gosto amargo surgiu em minha boca. Bem ao lado dela, na cadeira que seria ocupada por mim, Henrique se sentava á fazendo rir de algo.

Respirei fundo, repetindo diversas vezes para mim que hoje nada estragaria meu dia. Cheguei com Dudu e educadamente estendi minha mão pra ele que cumprimentou-me com firmeza, quando ele se levantou para abraçar Eduardo que animadamente o chamou de "tio Rico", aproveitei a deixa para sentar no meu lugar que ele ocupava.

Vitória abriu a boca para me falar algo, mas apenas lhe lancei um olhar nada amigável que á fez se calar. Ele não era nenhum otário, e sabia bem que eu não gostava nem um pouco dele, e logo que soltou de Eduardo tratou de arrumar uma desculpa para se retirar da mesa.

— Até que esse Henrique é gente boa. — comentou com Vitória que apenas deu um sorriso amarelo enquanto eu passava meu braço pelo encosto da sua cadeira.

— Duduzinho tá tão feliz, né? — minha mãe disse observando meu pequeno que se juntava com alguns coleguinhas.

— Nunca vi ele assim! — assumiu com um sorriso lindo. Não resisti á beijar o ombro dela e começar a lhe fazer carinho disfarçadamente com uma das mãos. Quando as entradas começaram a ser servidas, eu e ela nos levantamos para tirarmos algumas fotos com Eduardo e os convidados. Alguns, era a primeira vez que me viam pessoalmente, e nem mesmo no aniversário do meu filho me livrei de alguns tietes. Meus amigos estavam todos ali, tínhamos combinado de no fim da festa, quando restar apenas os mais íntimos, cantarmos algumas músicas como a muito tempo não fazíamos, porém, loucos como sempre eles já estavam querendo fazer a festa. Neguei por diversas vezes, Eduardo deveria ser o centro das atenções, e não nenhum de nós. Aquela insistência deles começavam a me irritar e Vitória pareceu perceber já que se aproximou tocando meu rosto — Eles não vão fazer nada demais. Deixa! — pediu me fazendo revirar os olhos.

— Até você? Já disse que não!

Ela suspirou e pareceu fazer um certo tipo de sinal para Eduardo que estava próximo ao Pedro e Rodinei.

— Você é muito chato! — abraçou-me colocando a cabeça em meu peito e eu ri, fazia tempo que ela não fazia isso.

Troquei algumas palavras com algumas pessoas e, logo antes do que eu imaginava Vitória me puxou para o Parabéns. Eduardo parecia mais do que ansioso e eu ri daquilo sem entender já que agora era só curtir sua tão esperada festa.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora