Assim como eu, Fabinho ficou visivelmente sem cor e me olhou quase suplicante enquanto fazia de tudo para a moça não ver seu rosto, virando pro lado oposto.
- Deixa ela, cara. - pedi aos seguranças que tentavam a arrastar pra fora.
- Você é um traidor, mentiroso, canalha! - gritou quando á soltaram.
O silêncio era até assustador, todos encaravam de mim pra ela sem entender. Pedro que sabia de todo rolo se prontificou a nos ajudar.
- Moça, a senhora se acalma, por favor. Vamos resolver tudo de maneira civilizada. Vamos tomar uma água que logo a senhora conversa com...
- Comigo, ela vai conversar comigo. - falei firme, encontrando o olhar sério da minha esposa - Leva ela pro outro vestiário.
Vi a morena se recompor com o nariz empinado e correr o olho por cada canto do camarim. Fábio havia saído à francesa e deveria me lembrar de perguntar como ele conseguiu essa proeza. Assim que Pedro fechou a porta atrás de si e da moça, todo mundo começou a falar ao mesmo sem entender nada.
- Quem é ela, pai? - perguntou me fazendo engolir em seco.
- É, quem é ela? - perguntou séria ao se aproximar para pegar Nicole dos meus braços.
- Não é ninguém que tenha que se importar, amor. - passei a mão no cabelo, começando a soar frio - Eu vou resolver isso. - falei pronto para dar alguns passos á frente, mas Vitória me empacou com sua presença.
- Eu vou contigo!
Suspirei pedindo uma luz á Deus. Onde eu estava com a cabeça?! Engolindo em seco e tentando não ser grosso, coloquei minhas mãos sobre seus ombros e falei da melhor maneira possível.
- Isso é problema meu, ta legal? Fica com as crianças que eu já volto.
Vi todo o olhar de Vitória se converter em fúria, porém agora eu tinha problemas maiores para resolver, e tirando o do meu amigo da reta e colocando o meu no lugar, lá fui eu enfrentar a mulher louca que com toda certeza uma hora ou outra me traria problemas.
VITÓRIA
Já se fazia quase quarenta minutos que Gabriel, Pedro e a moça que invadiu estavam trancados. A equipe começava a pirar com medo do público passar a vaiar a demora, e todo mundo me olhava querendo entender o que ocorria, quando na verdade eu estava mais perdida do que eles.
- Meu pai ainda tá com a morena bonita? - perguntou se sentando ao meu lado. Respirei fundo e assenti. Gabriel me escondia algo, e isso ficou explícito quando ele não quis me deixar participar dessa "conversa". Eu já estava irritada o suficiente para quatro pessoas com o ocorrido, nenhuma mulher enfrentaria seguranças como ela fez apenas para xingar alguém. Se ela o fez, alguma merda muita grande meu querido marido havia aprontado, e pelo jeito a coisa era tão grotesca que o mesmo queria mesmo me esconder. Engano dele. Eu descobrirei do que se trata a qualquer custo - O tio Fabinho e a tia Jéssica tão brigando por telefone.
Olhei confusa para o meu filho. Fábio! Como não pensei? Se quer vi ele em toda essa confusão... Ele com certeza saberia me dizer o que esta havendo.
- Cadê ele?
- Tava no corredor. - deu de ombros abrindo uma latinha de coca.
- Fica com a sua irmã só um minutinho pra mamãe?
Eduardo assentiu e sentou-se de forma regular no pequeno sofá. Coloquei Nic em seus braços e fui atrás do meu amigo.
Quando o encontrei, percebi ao longe ele passar a mão no cabelo exasperado enquanto segurava o celular com força. Suspirei e tomei coragem indo até ele. Assim que notou minha presença, o baixinho que estava escorado na parede, logo se virou pra mim e me deixou sem jeito ao ver seus olhos marejados.
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.