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Não era nem hora do almoço e eu estava uma pilha. A inauguração do meu escritório de arquitetura seria hoje, e mesmo com tudo acertado, minha ansiedade ia a todo vapor.

Gabriel acordou mais mal humorado do que nunca e aquilo não ajudava a me acalmar, mesmo eu sabendo que eu era o motivo de sua ira.

Meus pais, Jéssica e Fabinho haviam chego á pouco e a casa estava uma barulheira só com todos falando ao mesmo tempo.

Convidei todos para almoçar fora, e esperava todos se arrumarem enquanto fazia algumas ligações para o pessoal da organização.

— Você tem que relaxar. Esse nervosismo não faz bem pra Nic. — disse sem olhar na minha cara enquanto procurava algo na geladeira.

— Você não colabora também. Não tira essa cara de cu do rosto! — respondi impaciente.

Ouvi ele suspirar e fechar a geladeira, a pessoa do outro lado da linha finalmente atendeu a minha ligação, e antes de iniciar nossa conversa pude ver Gabriel jogar uma barra de chocolate no balcão pra mim.

— Come, cê ta precisando.

Ele sabia como eu me empanturrava de doces quando eu estava ansiosa, e ver aquela barra ali a minha espera foi a minha perdição. Á devorei em minutos enquanto ficava a par de tudo que ocorria no local do coquetel.

GABRIEL

Nunca me senti tão menos homem como estava me sentindo desde a noite passada. Podiam me chamar de viado que eu concordaria. Onde já se viu, um cara não conseguir fazer a própria mulher gozar? Estava puto e não conseguia esconder isso.

A casa de Vitória estava cheia de gente, e me fazendo de bom moço tentei puxar papo com seu pai, mesmo sabendo que ele queria me dar para o capeta nos últimos dias.

A mãe e o padrasto dela também estavam presentes, mas Jéssica se encarregou de fazer sala para eles.

— Ela tá uma pilha de nervos, vou falar com ela.

— Não adianta.

— Mas eu vou tentar, já que você não tenta e fica com essa cara de paisagem pro meu lado.

Respirei fundo e olhei Vitória que estava sozinha na cozinha ainda. Do chocolate que eu havia lhe jogado só restava a embalagem. Suspirei.

— Deixa que eu vou. — meu sogro não se opôs e segui até ela tentando esquecer a noite de ontem e as mil coisas que passaram em minha mente como motivo para a ter levado aquilo. Vitória não me viu chegar, ainda atrás dela eu toquei seu braço á assustando — Quer que eu faça algo pra você? — perguntei o mais dócil possível.

— Melhorar essa cara de bunda ajudaria! — encarou-me impaciente.

— Por que fingiu daquele jeito então?

— Isso não é hora, a casa tá cheia!

— Você é meu céu e meu inferno Vitória Ribeiro! — passei a mão no cabelo irritado

— Ao invés de ficar aí todo irritadinho, por que não faz uma reserva em um restaurante pra gente? Seja útil!

Não respondi nada, ela quando estava ansiosa era insuportável. Fiz o que ela me pediu como um cachorrinho mandado e fui para um campo seguro: Longe de sua ira.

...

O horário do almoço chegou e o pessoal começou a se esparramar para se arrumarem para irmos ao restaurante. Fiz Eduardo se trocar antes que Vitória se estressasse mais e fui á procurar pela casa. Ela estava próxima a piscina e parecia tirar algumas fotos de si mesma.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora