GABRIEL
Já era seis da tarde e eu estava enfurecido. Vitória fugia de mim com uma facilidade admirável. De qualquer forma que tentava me aproximar ela se esquivava antes de eu me dar conta. Queria lhe dizer que seja lá o que Laila á falou, não tinha pé nem cabeça. Eu se quer andava tendo contato com ela.
Vitória passou todo o churrasco agindo normalmente, como se não tivéssemos um assunto inacabado ou como se eu não estivesse babando em seu corpo lindo de grávida.
Via ela conversar sorrindo o tempo todo e tive de me segurar para não tentar ouvir sua conversa. As metáforas ensinadas por Dr. Elias começava a surtir um mínimo efeito sobre meu ciúme.
Eduardo estava grudado o tempo todo comigo, e quando comecei a me cansar de toda aquela gente ali dei uma escapada para meu quarto após saber que assim como eu Vitória havia ido embora á francesa.
Dudu me acompanhou, e após tomarmos banho nos sentamos em minha cama enquanto eu ligava meu XBox para uma partida de futebol com ele.
— E como andam as coisas? — perguntei casualmente enquanto jogávamos, apesar de Eduardo não ter saído do meu lado o tempo todo, não tivemos oportunidade para realmente conversarmos.
— Que coisas?
— Na sua casa, com sua mãe, essa nova rotina dela, novos amigos...
— Ah, anda normal. Só o neném que dá muito trabalho. — fez careta e eu o encarei em dúvida — Minha mãe passa muito mal. Não gosto de ver ela daquele jeito. Sem contar que anda meio maluquinha. Na mesma hora que briga comigo ela chora me pedindo desculpas. Meu vô Lauro disse pra mim acostumar, ainda tem muitos meses pra frente! — riu após fazer careta — GOOOL! — gritou animado e eu tirei meus olhos dele encarando a tela, caramba, havia esquecido do maldito jogo.
— Você não vai ganhar de mim, moleque! — ri determinado.
...
Acordei com o barulho alto de algo se quebrando, espreguicei na cama e Eduardo não estava ali mais. Bocejei e peguei meu celular olhando as horas. 15h17 da tarde. Esfreguei o rosto e ainda sonolento fui tomar um banho.
Quando desci as escadas notei que o que me acordou era Eduardo e sua inseparável bola quebrando algo. Fui até a parte de fora da casa e meu pai e minha mãe estavam sentados observando o neto. Percebi algo diferente no olhar deles e me aproximei beijando o rosto de minha mãe.
— Bom dia! — falei rindo e vi um sorriso distante brotar no rosto dela.
— Boa tarde, né?! — riu meu pai negando.
— Vá almoçar, meu bem, tenho algo pra te contar. — franzi o cenho e puxei uma cadeira me sentando ao seu lado.
— A cara de vocês tá estranha. O que aconteceu?
— Vai comer primeiro. — falou suave e suspirei assentindo, sabia que minha mãe não me contaria até que eu comesse. Levantei-me e fui até Eduardo, dei um beijo na sua testa soada e dei alguns chutes em sua bola antes de ir até a cozinha onde como sempre minha mãe havia guardado meu prato já separado.
Comi na companhia de meus pais enquanto olhávamos Dudu brincar de bola.
— Cadê e Dhio?
— Faculdade. Capaz de passar o dia no Campus hoje.
Assenti e mal terminei de comer e Rita já veio pegar meu prato, enfim encarei minha mãe a procura de respostas.
— Sabe a dona Cecília?
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.