— Vi, vai mais aí? — ofereceu mais tereré e eu aceitei de bom grado, Matheus veio me servir e aproveitou para sentar próximo a mim e iniciou um papo animado com Eduardo — Cara, minhas irmãs tem que conhecer ele. Ele é uma figura! — olhou pra mim rindo e eu concordei.
— Por que o restante da sua família não veio? Vocês eram tão unidos, desde que voltei com Gabriel não vi vocês juntos outra vez. — perguntei curiosa.
— Ah, rolo de família. Sabe essas brigas bestas que tomam proporção que não deveria? Um se dói por um que se dói por outro? — suspirou e eu assenti — Todo mundo já se desculpou, exceto o Gabriel e a minha irmã, mas não é mais a mesma coisa...
— Entendo, mas a família de vocês é linda, uma hora tudo volta pros eixos. — sorri mesmo sem saber o motivo da briga. Confesso estar me roendo de curiosidade, mas não queria ser evasiva.
— Tomara, viu? Tenta convencer esse cabeça dura do Gabriel. Todo mundo já tentou mas não deu. — riu olhando o primo — Camila errou, mas também não foi um erro tão absurdo como ele pinta...
— Não quero me meter em briga de família, mas posso tentar conversar com ele.
— Cara, você seria a pessoa mais amada por todo mundo! — brincou e eu gargalhei — Quando vocês namoravam eu era muito novo, não lembro muita coisa, mas olha, tá super bem vinda de novo, viu? — olhou-me sorrindo sereno — Você faz um bem danado ao cabeça de capacete, é linda, inteligente, boa de papo...
— E minha, né Matheus? — chegou do nada nos interrompendo, eu e Matheus nos entreolhando rindo do ciúmes dele.
— Enfim, é muita areia pra esse chato aqui. — levantou-se batendo nas costas do primo, seu comentário foi uma brincadeira que me fez rir, mas pela cara do Gabriel ele não gostou nada, nada.
— Não vai me dizer que tá com ciúmes do seu primo adolescente? — ri.
— Adolescente? Ele só tem essa cara de novinho!
— Não importa, vem cá! — estava sentada em uma cadeira grande, mais parecia uma espreguiçadeira, apenas a partir da minha canela que ficava fora dela, encolhi minhas pernas e me ajeitei para que ele se sentasse comigo e assim ele fez, apoiando suas costas em minhas coxas curvadas. Beijei sua bochecha e o vi sorrir. Ajeitei a toca dele e cheirei seu pescoço, como sempre cheiroso — Como foi a pescaria?
Gabriel começou a me contar empolgado e quando vi já estávamos ambos quase deitados. Eu com uma perna de cada lado da cadeira com ele deitado entre elas de costas. Minhas mãos que o abraçava fazia carinho no peito dele e a mão dele em minha perna que estava apoiada no chão.
Gabriel bebia sua cerveja tranquilamente, e mesmo me contando prestava atenção nos assuntos dos outros já que ás vezes ria de algo do nada. Eduardo estava com o avô, que estava mais que orgulhoso e feliz de ter pescado com o neto. Lindalva provavelmente estava na cozinha e á nossa frente uma roda de música e conversas animada era formada com o restante do pessoal.
— Ô casal, depois vem aqui dar o ar da graça. Deixa o romance pra mais tarde! — zoou e Gabriel apontou o dedo do meio rindo.
— Já conheceu o tamanho desse barco?
— Já. O Matheus me arrastou pra andar aqui, eu tava com medo por causa do movimento e ele me fez andar. — ri.
— Ceis tão bem amiguinhos, né?
— Muito. — mordi sua bochecha — Mas para de bobeira que eu amo você!
— Claro, olha eu e olha ele, você não me trocaria por ele! — disse convencido e eu bati nele rindo.
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.