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Ainda estava vendo a repercurssão que a foto que eu havia postado estava dando. Ignorei as chamadas de Fábio e Valdemir, concentrei-me apenas na tela do meu celular e nos comentários que em sua maioria perguntavam o que realmente ouvem e pediam para que eu e Luan ficássemos bem, lamentando o fim do nosso namoro. Mal elas sabiam que quem mais lamentava era eu. Começando a me emocionar com alguns comentários gigantescos cheios de palavras lindas, levei o maior susto ao ver uma das notificações

 Começando a me emocionar com alguns comentários gigantescos cheios de palavras lindas, levei o maior susto ao ver uma das notificações

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Suspirei, e por um instante desejei saber tudo o que ele se passou ao ler todo aquele desabafo um pouco desaforado. Mas limitei-me a me concentrar na demonstração de afeto genuína que eu recebia calorosamente de seus fãs em minha rede social. Claro que algumas comemoravam e me ofendiam em outras fotos, criando hipóteses desrespeitosas para o nosso término. Mas essas eram minoria, que eu fazia questão de fingir não ver.

Aproveitei o celular em mãos e mandei uma mensagem á Dhiovanna pedindo para que ela trouxesse Eduardo para mim. Sua resposta foi imediata: Gabriel disse que não. O filho dormiria com ele e amanhã quando ele julgasse trazer, ela o traria.

Bufei, e mesmo tentada a exigir meus direitos de mãe preferi não causar mais discórdia, e usei o tempo livre para tentar esfriar minha cabeça. Quem sabe uma ida a academia ou uma caminhada pelo condomínio ajudasse.

Colocando o celular de volta no modo avião, ignorando completamente todas as ligações e mensagens das pessoas mais próximas a mim, coloquei meus fones no último volume e saí em uma caminhada pelo condomínio. Quem sabe a exaustão física me livrava da minha exaustão mental.

GABRIEL

Paralisei com a audácia da Vitória ao terminar de ler todo aquele texto que ela havia publicado. Nunca foi dela se expor tanto assim, e sua rapidez para isso só tornou mais nítido sua fome por fama. Quanta decepção. Suspirei encarando aquela  foto. Quantas vezes me hipnotizei por aquele olhar, e com tanto encantamento acabei sendo chifrudo. Malditos olhos que me deixaram louco.

Meu pai e Fábio piravam com a imprensa no pé, minha mãe parecia não ter engolido toda aquela história, quietinha no canto dela, absolta em seus pensamentos, nem parecia a Lindalva que estava sempre pronta pra um conselho doce.

Dhiovanna e meu filho estavam por algum canto da casa se divertindo, absoltos por completo da confusão presente naquela sala.

Todo o sentimento que tomou conta ao terminar de ler aquela legenda e alguns comentários, deixei todos na sala enquanto meu pai me chamava nervosamente e subi pro meu quarto.

Meu coração já sentia tudo antes mesmo de realmente acontecer. Como eu não impedi? Como eu não me preservei? Fechei os olhos sentindo as lágrimas arderem minhas pupilas.

Suspirei me jogando na minha cama e olhei o caos do meu quarto. Mas nada daquilo se comparava ao do meu coração. Bateram a minha porta, não respondi imaginando ser Fabinho ou meu pai surtando. Ao ver que eu não atenderia, ouvi a voz da minha irmã.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora