UM PEDAÇO DE NÓS

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— O que foi? — olhei pra baixo por instinto e vi sangue escorrer junto com a água.

— Menstruação não desce na água, né? Meu Deus do céu, você tá sangrando, vem cá! — olhei assustada, a cor do sangue não era a cor típica do sangue da menstruação e sim um vermelho mais vivo. Antes de raciocinar Gabriel já me levava pro quarto com cuidado, comigo apoiada nele.

— Pega um absorvente pra mim. — pedi envergonhada e ele meio desnorteado foi até minhas gavetas — Não, no banheiro! — ele foi e voltou em um segundo, me vesti com a ajuda dele, eu não sabia nem o que pensar sobre o sangramento. Só sei que não era normal, minha cólica estava muito forte e eu temia tudo isso ser algum problema no meu útero ou ovário — Tá doendo demais! — falei pra ele segurando o choro.

— Vamos no hospital, tô agoniado com isso, tô com um pressentimento ruim. — passou a mão no cabelo e eu fiquei com mais vontade de chorar ainda — Não, não leva a sério o que falo, eu... É coisa de doido, vem aqui, vou te ajudar e descer as escadas, você dá conta?

— Preciso dos meus documentos. Pega minha certeira que tá tudo lá!

Gabriel pegou e ao descer as escadas ele não teve paciência ao meu jeito devagar de andar por conta da dor, me pegou no colo e saiu comigo. Quando ele destravava o carro vi um carro branco estacionar na porta de casa, ele me colocou dentro do carro e foi trancar a porta, vi Dhio correr até o irmão, assim que viu ela parece á ter explicado por alto que estava acontecendo e em segundo ela entrou no carro.

— Você tá bem? — dizia tão agitada como o irmão.

— Tá doendo muito!

— O que você fez com ela, Gabriel?

— Eu? Eu não fiz nada!

— Ela tá sangrando por aquele lugar e não é menstruação, e o único que entra naquele lugar imagino que é você!

— Eu não fiz nada, a gente nem fez nada hoje, mano. Acha que eu iria machucar ela assim?

— Da pra vocês dois pararem com esse assunto constrangedor? — falei de olhos fechados pedindo à Deus para aquela dor não ser nada demais.

GABRIEL

Chegamos e Vitória foi rapidamente atendida, não sei de onde Dhiovanna surgiu, mas eu estava aliviado em não estar ali sozinho.

— Ela tá com essas cólicas fortes desde Santos, né?

— É. — passei a mão no cabelo inquieto.

— Será que é mesmo cólica?

— Não sei, eu não tenho um útero.

— Sem educação! Eu só tô preocupada.

— Tô sentindo uma coisa tão ruim, Dhio! Você sabe como eu sou tranquilo, é só um sangramento, não era pra eu estar assim, mas tô com um pressentimento ruim.

— É coisa da sua cabeça, Bi. — passou a mão em minhas costas — É porque você gosta muito dela, por isso tá assim. Não vai ser nada demais. Pode ser um cisto também....

— É...

...

Fiquei ali por quase uma hora sem notícia alguma, já estava ficando agoniado. Dhiovanna tentava me entreter com alguns memes, mas nada que me fizesse esquecer minha morena.

Quando eu já quase arrancava meus cabelos um homem médico com aparência de uns quarenta anos se aproximou, fui até ele de imediado perguntar por Vitória.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora