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A noite chegou, e com ela a minha hora de viajar também. Vitória foi entristecendo com o tempo, com certeza se lembrando do ocorrido de ontem, não poderia á deixar sozinha, ainda mais assim, com os sentimentos tão oscilantes. Tive que quase ajoelhar nos pés dela pra me acompanhar. Era semana de provas de Eduardo e ela não queria deixá-lo, segundo ela meus pais não eram obrigados á olhá-lo para ela viajar "á toa". Conversei com minha mãe e fiz ela ligar pra Vitória á convencendo de viajar comigo, e depois de muita insistência ela cedeu.

Como de costume havia algumas pessoas no aeroporto, eu ficava impressionado em como elas sabiam de tudo, até o horário de pegar voo.

Desci do carro de mãos dadas com ela que me olhou receosa.

— Vou direto pro jatinho ou falo com elas?

— Depende... Vamos ver como elas vão agir. — apertei a mão dela á beijando e vi minhas fãs sorrirem. Para a nossa surpresa, todas ás quatro que estavam ali foram extremamente gentis com ela, até a elogiaram, pediram foto e á deram um ursinho.

— O que foi aquele catálogo que lançou hoje, Vi? Tá maravilhosa! Gabi deve ter morrido, né? — uma disse e me olhou, eu franzi o cenho sem entender, não sabia do que ela tava falando.

— Ficou lindo, né?

— Conseguiu ficar com mais bunda que o Gabriel! — elas riram e eu ri também meio perdido, sem saber do que elas falavam.

Fábio interrompeu nosso momento dizendo que tínhamos que ir, a viagem seria um pouco longa. Despedimos-nos das meninas e entramos em meu jatinho.

— Que fotos são essas?

VITÓRIA

— Não tem nada a ver com aquilo! Depois te mostro, ó, põem o cinto.

— Não. Deixa eu ver isso ai, agora tô curioso!

— Tô sem internet, quando eu tiver com internet lá no hotel eu te mostro! — ele me olhou desconfiado e se deu por vencido, peguei o celular dele e coloquei em uma das suas playlist, eu amava o gosto musical dele. Dividi o fone com o Gabi e deitei minha cabeça em seu ombro. A música era internacional, ele tinha a mão em minha cintura, e assim como em mim a melancolia dos últimos acontecimentos pareceu ter o tomado. Arrepiei-me toda quando senti sua mão acariciar minha barriga, o olhei e ele pareceu assustado ao perceber o que fazia. Deu um sorriso sem graça e levou á mão á minha cabeça acariciando meus cabelos — O que você tava pensando? — perguntei em um sussurro.

— Nada demais... — jogou a cabeça no encosto da poltrona.

— Se abre pra mim, amor....

— Ah, é que seria diferente, né? — colocou a mão em minha barriga novamente — Seria bom...

— Seria. — suspirei e cheirei o pescoço dele — Mas tá cedo, né?

— Cedo foi quando o Eduardo veio! — deu um risinho — Mas foi tão bom. Com todo aquele rolo ele é a melhor coisa de nossas vidas. Imagina agora como seria melhor ainda?

— Seria! Mas não era pra ser. — o abracei beijando seu pescoço.

— Vamos tomar mais cuidado, né? Apesar de tudo foi um susto! — riu.

Ficamos em silêncio curtindo a música que tocava nos fones, ele acabou cochilando em meu ombro, o fiz um cafuné e logo eu também peguei no sono. Acordamos com Wellington nos chamando, ainda era madrugada e novamente nos surpreendendo havia pessoas no aeroporto. Eu estava com a blusa de frio dele e desci de mãos dadas com ele.

— Elas não estão com a cara muito boa pra mim. Vou pro carro.

Gabi assentiu e beijou minha mão á soltando em seguida, e acompanhada de um dos seguranças do aeroporto fui pro carro preto que nos aguardava. Da porta traseira do carro que estava aberta á espera dele eu o via atender as seis meninas que ali estavam. Fiquei mexendo no meu celular quando o ouvi quase me gritar, olhei-o.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora