— Eu? Escovando os dentes, ué!
— Escovando os dentes? — perguntei desconfiado. Vitória desviava o olhar me deixando bravo.
— Sim. — virou o rosto e mordeu o lábio reprimindo um sorriso. Segurei seu queixo e á fiz me encarar.
— Por mais de 3 minutos?
— Escovo os dentes direito! — deu um risinho.
— Eu vou te perguntar direito, e quero sinceridade, Vitória. Que merda você tava fazendo que ta toda... Indecente? — olhei para seus seios novamente.
— Escovando os dentes! Quer que eu soletre?
Vitória segurou meu pulso e tirou minha mão do seu queixo. Segurou o riso outra vez e se acomodou na cama ficando de costas pra mim.
— Eu não nasci ontem, mano! — falei bravo.
— Eu sei! Você acha que eu tava fazendo o que? — ela divertia-se nitidamente às minhas custas e isso acumulado com o que eu supunha ela ter feito me tirou do sério — Onde você vai? — perguntou divertida ao me ver pegar meu travesseiro e calçar meu chinelo.
— Dormir na sala! Tô vendo que não sirvo pra nada aqui mesmo! — bufei.
— Não faço idéia do porquê de você dizer isso, mas te aconselho pôr uma bermuda. Não estamos sozinhos em casa.
Seu jeito cínico de dizer me tirou mais ainda do sério. Vesti um samba canção em velocidade luz e saí do quarto batendo a porta. Aquela bandida me paga. Que merda ela acha que estava fazendo? Não sou otário.
Ninguém geme para escovar os dentes... Ou geme? Será que estou exagerando? Vitória não é disso, é? Ela não se... Não... Vi é conservadora demais pra isso. Ela disse que escovava os dentes, não é mesmo? Pode ter sido apenas um alarme falso de dor de barriga... Não posso estar subindo pelas paredes e ainda pensar nisso. Não sou de ferro.
A visão seria excitante... Mas, não... Que merda de noite!
Fiquei numa indecisão do caralho por mais quase meia hora. Até decidir que só saberia arrancando a verdade dela. Peguei meu travesseiro e subi as escadas de novo. Não dormiria na sala, seria idiotice minha com tantos quartos sobrando.
Silenciosamente andei pelo corredor até nosso quarto. Parecia que ela havia apagado a luz. Preocupado em não acordá-la, com toda delicadeza do mundo abri a porta tentando não fazer barulho. Apenas meu abajur estava ligado. Vitória estava toda coberta, de olhos fechados e mesmo a meia-luz eu percebia seus movimentos... Porra!
— VITÓRIA! — vi minha mulher saltar de susto com meu grito. Algo voou para debaixo da cama, e irritado eu ascendi a luz — Que porra você acha que tava fazendo? Escovando os dentes de novo? — perguntei irritado. Por que ela se sentia na necessidade de fazer essa merda? Eu não servia mais, era isso?
— Não grita! — disse brava.
— Você tava... Eu não acredito, mano! — passei a mão no cabelo.
— Você é um empata foda!
Ela estava brava e eu não acreditava que ela tinha essa audácia. Vi ela levantar-se da cama completamente nua. Puta merda!
— Só me diz que você tava fazendo isso sozinha.. — pedi agoniado. Seria demais ela ter um "amiguinho" debaixo daquela coberta.
— Se isso te tranquiliza, sim... — deu de ombros entrando no banheiro.
— Isso é traição, sabia? — perguntei indignado indo atrás dela que ligava o chuveiro.
— Traição? Aposto que não acha isso quando tá na privacidade do seu banho!
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.