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Tava dormindo? — disse ao me ligar de madrugada.

— Tava, mas não desliga, não. — falei baixinho pra não acordar Eduardo.

Gostou das rosas?

— Amei. São lindas, obrigada amor, de verdade!

Tô perdoado? — perguntou em tom de brincadeira.

— Super. E desculpa, eu não deveria ficar tão louca por uma coisa que aconteceu quando nem juntos estavamos.

Esquece isso...

— O que você ta fazendo?

Acabei de tomar banho, tô aqui na sacada do hotel falando contigo e imaginando como seria se você tivesse aqui, agarradinha comigo nos meus braços.

— Covardia me falar isso! — ri — Quando você vem pra casa?

Daqui duas semanas e meia. E tenho um convite pra você! — disse animado — E mesmo se você negar o Eduardo vai comigo!

— Nossa! — ri — Pode falar.

Vou pegar uma semana de folga. Vou pra Santos, bora?

— Vai? Não vai nem me pedir ou me comunicar? — fiz graça.

Pô, é Santos, a única piranha que vai ter se for vai ser você e a Dhiovanna. — gargalhou.

— Me respeita, menino!

Você vai, né?

— Se eu não tiver compromissos...

Não tô te pedindo nada. Tô falando que você vai e pronto! E ainda vai realizar meu sonho.

— Que sonho?

Fazer amor no barco. Com aquelas ondinhas indo e vindo! Ai papai, tô contando os dias!

— Toma jeito! — gargalhei — E não se anime não que pelas minhas contas daqui duas semanas e meia eu vou estar naqueles dias!

Ainda temos a opção do anal...

— Já disse, só deixo se você deixar também..

Porra, larga de interromper meus sonhos, isso é pecado.

— Gabriel, vai dormir que seu problema é sono.

Chata.

— Tarado!

Te amo.

— Também te amo, meu bem. Boa noite. Dorme com Deus.

Você também. E não desliga não, deixa o celular na linha. Vou cantar pra você.

Sorri com o jeito romântico dele, coloquei o celular no viva voz e deixei na ligação, sua voz logo se fez presente em uma música da nossa época de adolescentes, e assim, ouvindo ele e as batidas descompassadas do meu coração apenas em ouvir sua voz, adormeci.

...

Acordei no outro dia pela manhã, aproveitei o tempo livre e de animação minha e de Eduardo para uma caminhada pelo condomínio, já ele preferiu curtir a motinha elétrica que havia ganho do pai. Ao fim de nosso passeio passei na sorveteria, depois fomos pra casa e fiz um almoço com a "ajuda" do meu filho. O coloquei pra tomar banho e logo o levei pra escola enquanto íamos o caminho todo cantando. Dudu se despediu de mim com um beijo no rosto e um abraço forte e eu voltei pra casa onde passei o resto do meu dia a arrumando.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora