115

696 55 20
                                    

GABRIEL

Já estávamos na churrascaria á qual iriamos almoçar. Em nossa mesa, discretos, a atenção de Vitória toda voltada ao celular começava a me deixar com medo. Segundo ela, Jéssica ficou sabendo da traição por uma direct no Instagram... Para a minha sorte a moça se quer citou meu nome, mas eu começava a ficar com medo ao vê-la tão concentrada naquele aparelho.

— O que você tanto mexe nesse celular? — questionei impaciente.

— Estava conversando com a Jéssica e agora tô postando uma foto. — sorriu piscando antes de tomar um gole pequeno do meu chopp, já que ela havia pedido um suco pra ela.

— Deixa isso quieto. Depois você mexe.

— Tudo bem. Ficou bom?

Tirei a mão de Nic do meu nariz e olhei a tela de seu celular apontada para mim com a sua postagem.

— Ficou boa. Agora esquece isso. — não deixei ela dizer nada e peguei seu celular o colocando em meu bolso — Como a Jéssica tá? — perguntei preocupado.

— Arrasada, né? Fabinho pisou feio na bola com ela, e o pior é que ele nem dá um tempo pra ela respirar. Não para de tentar contato... Você bem que podia conversar com ele.

— É... — suspirei.

— Sabe com o que eu fico extremamente chateada? Ela ia morar com ele, amor! Ele insistiu tanto, e quando ela se resolveu ele faz isso! Não esperava que ele fosse esse tipo de homem, sem caráter, sem palavra...

— Mas a gente tem que ver os dois lados da história, amor. As vezes...

— Você não tá defendendo, tá? — olhou-me indignada.

— Não! Só tô dizendo que as vezes as coisas estivessem complicadas pro Fabinho. A Jéssica tava deixando ele uma pilha de nervos com esse aniversário!

— E isso é motivo pra traição, Gabriel? Não estou te reconhecendo! Quer dizer então que quando você ficar...

— Não! Olha, não vamos entrar nesse assunto, vamos almoçar em paz.

— Vou chamar o Eduardo. — murmurou séria se levantando da mesa.

Suspirei ao vê-la ir até o playground onde estava nosso filho. Nic deu um risinho pra mim e por alguns minutos esqueci todos os meus problemas.

— A mamãe tá linda, né pai? — perguntou enquanto almoçávamos.

— Tá, sim. — observei ela que dava a papinha de Nic enquanto tentava comer.

— O tio do escorregador achou que ela era a minha irmã. — riu de leve.

Olhei pro rumo do playground e vi que os rapazes que ali trabalhavam não passavam de adolescentes. Ri de lado e neguei com a cabeça.

— Ela tem que parar de usar esses vestidinhos, né? — encarei meu filho.

— Ela fica bonita.

— Mas é curto.

— Pelo menos não mostra a calcinha como o da Nic.

— Ei, estamos aqui!

Ri junto com meu filho e voltamos a comer. Duas moças se aproximaram pedindo foto e eu ás atendi prontamente. Comemos a sobremesa e ficamos mais bons minutos ali curtindo o momento em família.

...

Quando entramos no carro, Eduardo pediu que nós o levássemos a praia. Apesar de termos morado no Rio, nenhum de nós havíamos de fato ido até lá.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora