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A conversa era animada e volta e meia pairava em Gabriel. Apesar de toda minha família ter convivido com ele ates da fama, eles ainda não acreditavam que havíamos nos reencontrado e retornado nosso relacionamento.

Foi difícil afirmar que não estávamos juntos. Apesar de todos saberem, foi a primeira vez que disse aquilo em voz alta. E confesso, doeu mais do que eu imaginava doer.

Da minha família, apenas quem sabia sobre minha gravidez era meu pai, minha mãe e minha avó. Preferi deixar assim, afinal, apesar de serem família, sempre tem aquele que gosta de fazer intriga.

Tirei algumas fotos com meus primos e logo a maioria caiu na rede, alguns haviam postado e fã-clubes quase FBI's haviam visto e compartilhado. Muita gente não sabiam quem era. A maioria de meus primos eram homens, e as mulheres, em sua maioria estavam no lago. A minha foto quase abraçada com meu primo preferido foi cheia de especulações de quem seria o homem tão lindo junto a mim. Acabamos ficando aos risos com algumas das legendas que as meninas postavam da nossa foto, até eu decidir indiretamente dar uma meia explicada.

GABRIEL

Saiamos do estádio com Eduardo elétrico de alegria me agradecendo a todo tempo pelo passeio. Apesar do time ao qual ele começou a torcer quando chegamos perder, ele ainda assim não desanimou.

— Minha nossa! Minha mãe tem que arrumar um namorado urgente! — comentou em meio a euforia e eu o encarei engolindo em seco.

— Pra que?

— Se for mesmo um menino o neném, quem vai levar ele também pros jogos? Você não vai querer, então ela tem que arrumar um namorado pra levar a gente. Minha mãe não entende de futebol!

— Por que eu não levaria vocês?

— Por...

— Por nada! — o interrompi — Você não vai fazer esse tipo de programa com outro cara. Eu sou seu pai e...

— E o meu irmão?

— Vai ser uma menina! Ela não vai gostar de futebol, e nem vai pra um lugar onde a maioria é homem! — falei sentindo algo incômodo em mim. Talvez pelo assunto que ainda me machuque tanto.

Fui mais esperto que meu filho e mudei nossa conversa pra um rumo muito mais agradável.

...

Faltava pouco para irmos embora, e como o nosso quarto estava uma zona comecei a recolher as coisas e dar uma ajeitada desde já. Enquanto fazia isso, Eduardo mexia no meu celular, provavelmente jogando. Me enganei, ouvi-o me chamar querendo me mostrar algo ao erguer o celular pra mim. O peguei e meu coração disparou. Era uma foto minha e da Vitória em um fã-clube.
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motivoviel Eles terminaram mas ainda se amam, por vingança ou mera vaidade. Ele decide por vezes fingir que nada aconteceu, tentando mostrar o quanto aquilo não o afeta, mas o afeta, e nem percebe que ao ignorar a situação está fazendo algo que não convêm para nenhum dos dois lados.
Ela sente uma certa raiva por saber que ainda sente algo por alguém que parece não se importar com isso, mas agora ele não liga para o que ela sente, e ela finalmente percebe seu coração fora do lugar. A verdade é crua: ambos vivem com a certeza de que deixaram para trás não só um relacionamento, mas a certeza de uma felicidade absoluta.
Ele nunca disse a falta que ela faz.
Ela, por outro lado, tentou o mostrar isso por várias vezes.
Ambos sentem falta. Da amizade, do amor, do companheirismo, das risadas, das vezes que saíam quando a cidade dormia, dos momentos, brincadeiras e até mesmo das brigas e o choro que antecedia á uma palavra que colocava fim á ela. Eles não assumem, mas até gostavam um pouco daquilo, afinal, não tinha preço ver o sorriso no rosto do outro quando tudo se resolvia. Ela voltava a se sentir protegida e amada ao deitar em seu peito. Ele se sentia o cara mais sortudo do mundo por ter ela em seus braços! ♥
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DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora