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GABRIEL

Acordei assustado. Nicole chorava tão alto que saí da cama num pulo. Vi minha irmã de pijama e cara de choro enquanto Vitória não sabia se tentava acalmar Nicole ou se pegava algo da sua mala. Confuso, fui até ela pegando Nic dos seus braços.

— O que ta acontecendo?

— Ela... Ela caiu, Bi. Eu peguei no sono e quando acordei ela tava no chão.

Tive pena da minha irmã, apesar de querer matá-la de início. Passei a mão pela cabecinha da minha filha e senti um galo se formar. Meu coração apertou em preocupação.

— Cadê o Eduardo?

— Ai, o Eduardo. — colocou a mão na cabeça desorientada.

— Vai atrás dele, Dhiovanna! — falei irritado. Ela saiu do meu quarto em um pulo, quando olhei na direção de Vitória ela já estava vestida decentemente e com uma bolsa sua e outra da Nicole em mãos — Onde você vai?

— Onde eu vou? Vou pro hospital! Olha o tamanho desse calombo na cabeça dela. Ai, meu Deus! Para de chorar, filha. — disse aflita, se aproximando de mim.

— Eu vou com vocês. Deixa eu só me vestir. — entreguei Nic para ela que estava mais abalada que eu, e dentro de meia hora já estávamos sendo atendidos no hospital daquela cidadezinha. Nic foi levada diretamente para a sala de exames, e enquanto isso Vitória andava de um lado para o outro quase abrindo o chão — Ei, calma. — pedi á olhando do meu canto, sentado em uma das cadeiras de espera.

— A culpa foi minha. Não tinha nada que ficar deixando ela assim. Ela é minha responsabilidade e não dos outros. — disse com a voz embargada.

— Fica calma. Não vai ser nada demais. Ela nem tá sangrando.

— Pode ser algo interno, sabia? Ela nunca chorou tão alto assim por tanto tempo!

Vitória tinha razão, e ao me dar conta disso voltei a me preocupar em dobro. Me levantei e fui até ela, parei e á abracei. Vitória desmoronou em um choro sentido em meu peito.

— Não faz assim. Nossa boneca vai ficar bem. Não tô nem ouvindo o choro dela mais. — tentei a acalmar, quando na verdade tudo o que eu mais precisava era de alguém que me acalmasse.

— Eu tô tão preocupada. — fungou me abraçando com mais força

Senti meu celular começar a vibrar no bolso da minha calça. Me soltei um pouco de Vitória e me afastei para atender.

VITÓRIA

Eram 6:02h da manhã quando o telefone de Gabriel tocou. Não sabia com quem ele falava, mas parecia ser alguém que ele tinha muita intimidade já que contava do ocorrido e trocava algumas palavras que não faziam sentido com o assunto. Quando pensei em me preocupar com isso, vi minha filha sair da sala de exame no colo do Dr. que a acompanhou.

— Os exames de tomografia e raio-x estão todos normais. Foi só um susto mamãe, ela vai ficar bem. Realizamos um check-up geral nessa mocinha e ela está em perfeita condição. Talvez o choro todo seja cansaço. Imagino que a vida da filha de um jogador seja tão cheia de viagens como a dele. Nada que um colinho de mãe não resolva. — disse sorrindo simpático.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora