DESTINO | Gabriel Barbosa

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Entrei no quarto e ele continuava na sacada, tirei meus saltos e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo. Fui até o banheiro e tirei toda minha maquiagem em completo silêncio, aproveitei e decidi tomar um banho frio pra relaxar.

Saí e Gabriel continuava do mesmo jeito na varanda, mas dessa vez olhava o céu. Coloquei meu conjuntinho de dormir, um short e uma regata cinza e fui até ele.

— Amor.

— Amanhã a gente conversa. — falou sem me olhar.

— Não dá pra ficar fugindo dos problemas, Gabriel...

— Quem fugiu a balada inteiro dos seus problemas, ou eu diria "amores mal resolvidos" foi você.

— Sério que vai levar a sério o que aquele maluco disse? — falei desanimada e ele se virou pra mim.

— Em nenhuma briga nossa você ficou daquele jeito, Vitória. Pelo jeito ele mexe bastante com você ainda, né?

— Você sabe que não! Eu nem me lembrava dele até hoje!

— Já parou pra pensar que sempre tem um ex seu infernizando a nossa vida? Pelo amor de Deus, foram sete anos separados mas parece que há cada ano foi um na sua vida!

— Eu sei que tá com raiva, mas não precisa ofender! Não sou qualquer uma! — falei firme — Não teve um há cada ano, só que eu não sou de ficar um dia e esquecer em outro, então os poucos que passaram na minha vida, por um tempo foram especiais!

— Especiais? — riu sem acreditar — O cara faz a merda toda que você disse ter feito e você fala que ele é especial?! Então faz realmente o que ele disse, volta no seu passado e continua com ele!

— Da pra parar de ser grosso? — falei já impaciente — Gabriel, você já é um homem formado, deveria ter visto que o que ele quis a partir do momento que nos viu foi fazer inferno. E você tá caindo direitinho na dele!

— Que se foda o que ele queria! Eu não aguento mais cada mês esbarrar com um ex seu!

— Sério que tá me falando isso? Justo você?! Acho que eu quem deveria estar te dizendo isso. Quantos ex's meu você já encontrou?

— João Vitor, Caio...

— E só! Eu não vou contar aqui com quantas meninas que você já comeu que eu esbarrei por aí porque não vem ao caso, é coisa do passado, e que deve continuar no passado e não ser discutido aqui! Poxa, a gente tava tão bem, vai deixar isso interferir?

— Vou, Vitória, porque eu não suporto mais essa merda toda! — falou irritado.

— Você tá falando do nosso namoro, Gabriel. — falei incrédula e me aproximei dele — Pois fique você sabendo que essa merda toda que a gente vive, se pra você é merda, você tá livre pra sair por aquela porta e nunca mais voltar pra minha vida! — o fitei nos olhos e apontei o dedo em seu rosto — Você mede bem cada palavra que você me fala, porque se for pra você continuar cuspindo no prato que come, quem não vai mais suportar essa "merda" toda sou eu. Eu faço de tudo ao meu alcance pra te agradar, mas se pra você isso não é o suficiente o problema é seu! Só não vem depois com essa putaria de tentar concertar seus infinitos erros com "eu disse sem querer". Eu não sou mais a otária de sete anos atrás. Pensa nisso! — tirei o dedo do rosto dele e irritada me virei, mas ele segurou meu pulso me fazendo olhá-lo.

— Para de colocar palavras na minha boca! Você sabe muito bem que não era á isso que eu tava me referindo! Agora se você tá procurando motivos pra terminar e ficar livre pra...

— Nem termina o que você tá falando! — o interrompi — Ignorante! Não sei como te aguento! — o empurrei me soltando dele e entrei no quarto irritada.