NÓS

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GABRIEL

Tive muito pouco tempo para planejar a maior loucura da minha vida: meu casamento! Sim, pura loucura! Não por me casar, já que aquilo era tudo que eu mais queria na minha vida, mas sim por fazer isso escondido da noiva.

Meio louco? Não! Louco inteiro!

Mas eu queria ela como minha perante á lei, queria ter a certeza de que por mais louco que fosse nosso relacionamento, havíamos chegado ao nível máximo dele. Depois de tantas separações, confusões e principalmente, depois de tudo que á acusei, queria mostrar pra ela que amadureci. Que não éramos mais dois namorados bagunçados criando nossos filhos em casas separadas por não confiarmos o suficiente em nós e no nosso amor para casarmos.

Não havia mais o que esperar. A vida exigia isso de nós, e nos proporcionava as melhores condições para isso. Tanto sentimentalmente como financeiramente.

Eu sou homem suficiente para saber o que quero da minha vida, e quando quero vou atrás até o fim. E sou perceptivo demais para saber quando a reciproca é verdadeira. E é! Como é! Tive a prova disso quando Vitória mesmo me vendo construir minha fortuna não veio atrás de mim usando nosso filho para ganhar meu dinheiro. Tive a prova disso em cada discussão onde ela não tinha medo de me dizer nada, quando não temia me enfrentar e quando ameaçava sair da minha vida, mesmo sabendo o quanto de grana e fama eu possuo.

Tenho a prova disso em cada término, onde ela sempre se mantém firme sem nem se importar em perder suas mordomias esporádicas, e só enfim me aceita de volta quando o amor - somente o amor - fala mais alto. Tenho a prova disso todos os dias. Quando ela me olha, quando sorri pra mim, quando me toca e até mesmo quando me enche o saco tentando me fazer acordar para a vida. É amor. Sempre foi.

Não tem interesse, não tem falsidades, não tem mentiras. É um amor em linha reta, sem ninguém que ela permita opinar em nosso relacionamento. Nem mesmo as fãs no começo, nem mesmo nossos pais nessa reta final.

Ela é minha. Em todos os sentidos.

Eu sabia disso, mas como homem, tenho o maldito anseio de apresentá-la como meu troféu, como a minha esposa. Tenho a maldita sede de que o mundo saiba que ela pertence à mim, e somente à mim.

Fizemos uma aposta, e mesmo que ela negue nós dois sabemos que fui eu o vencedor. Não pensei duas vezes em refletir quando essa ideia maluca de casamento surpresa me atingiu. Inventei fotos para revistas, quando na verdade eram as fotos que estampariam na decoração do meu casamento. Inventei reuniões, quando na verdade era tudo uma desculpa para ir atrás da parte burocrática de se unir perante a justiça com alguém. Por mais louco que fosse - como meu pai me alertou diversas vezes -, não tive receio de fazer tudo meu, dela. Até mesmo se nos separássemos, tudo o que eu tive um dia - até antes da nossa união - também pertenceria á ela, pois sabia que se sou quem sou hoje, foi por abdicações dela.

Todos que sabiam o que eu fizera, me chamavam de louco, mas nunca entenderam de que se um dia ela me deixar, mais do que me amar, eu a amo, e quero ser capaz de lhe proporcionar tudo que o dinheiro pode comprar. Não entenderão nunca que se ela me deixar, não vou perder metade de toda a minha fortuna, vou perder o meu coração, toda a minha vida e a minha alegria em viver.

Toda a documentação estava pronta, só faltava ela assinar. Todo um altar estava pronto, e só faltava ela entrar por aquelas arbustos e me fazer o homem mais feliz da face da terra.

Como toda mulher, Vitória sonha em casar. Mas do seu jeitinho de menina mulher. Com um vestido grande, véu e grinalda. Eu não ligo pra isso. Ela poderia aparecer ali com eu baby doll broxante de vaquinhas que ainda sim eu lhe diria Sim. Mas eu a amava, e ela merecia uma festa digna dos seus sonhos.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora