39

1.4K 46 17
                                    

Olhei para trás e era Pedro, sim, o Pedro Guilherme.

— Pô, irmão, te encontrei na hora certa! — falou empolgado e eu me levantei para cumprimentá-lo.

— Por que, cara? O que tá fazendo por aqui?

— Oi, Vi, jóia? — encarou Vitória rapidamente que sorriu assentindo ainda sentada — É que tem umas pessoas ali já desconfiando de quem eu sou, tô morto de fome, não tenho tempo de ir procurar outro lugar pra comer, sabe como é essa correria, né? E esse escuro aqui é perfeito pra situação! — disse olhando nossa mesa.

— Cara... — cocei a nuca vendo meu plano de jantar a dois ir por água a baixo.

— Por isso que você é irmão, cara. Valeu! — disse antes de eu falar qualquer coisa, Vitória me olhou segurando o riso entendendo tudo o que se passava em minha cabeça — Vou pegar uma cadeira! — saiu rapidamente.

— Puta merda! Sério isso? — falei irritado olhando ela que mexia no celular.

— É seu amigo, releva! — deu de ombros sorrindo.

Logo ele estava participando do jantar romântico que não era mais romântico, eu queria matá-lo por estar atrapalhando meus planos. Vitória ficava quietinha no celular e só ria do assunto dele, que agora parecia empolgado.

Meu celular tocou e era Fabinho, na hora combinada dele nos buscar para irmos pro jogo, peguei na mão de Vitória e saímos do restaurante, tentei falar com ela no caminho, mas Fábio estava agitado contando-me de um problema que deu. Resumo: comecei o jogo e não tive tempo se quer de me desculpar com ela pelo jantar á dois mal resolvido, ao fim já fomos direto pro aeroporto, não dormiriamos na mesma cidade, e quando a equipe toda se juntava não sabia nem quem falava primeiro, ou seja, outra vez não tive como falar com Vitória.

...

Já no jatinho, quando enfim as vozes foram se cessando e quando enfim pararam de me chamar nos assuntos deles olhei pra Vitória na tentativa de enfim falar com ela, porém minha morena já dormia com a cabeça escorada na janelinha.

Suspirei e puxei a pequena coberta que estava em meu colo á cobrindo, sem sono peguei meu celular, e sorri, mesmo que ela odiasse isso de mídia, de se expor ou de ter que provar algo pra alguém, ela sabia que isso era importante pra minha carreira, e provavelmente por esse motivo postou a foto do nosso quase jantar romântico.

Vitória me marcou na foto e vários comentários defendiam com unhas e dentes que nossa "briga" havia acabado. Ah, como eu queria que fosse verdade, e se não fossa o Pedro Empata Relação, com toda certeza eu poderia dar toda verdade a essas palavras.

Chegamos na cidade e Vitória como a maioria da equipe quase dormiam em pé, fomos pro hotel e ela mal olhou na minha cara, estava com tanto sono que apenas se desfez da sandália se deitando com a mesma roupa na cama.

Sorri com pena dela, era difícil era se acostumar a minha rotina maluca. Uma leve chuva começou e logo quem capotou no sono fui eu.

Acordei ouvindo Vitória falar no celular, parecia empolgada, abri os olhos com dificuldade quando ela desligou o celular.

— Quem era?

— A Jéssica! Ela veio um jogo antes pra passar mais tempo comigo. Ai, que saudade que eu tava dela. Vou me arrumar, ela quer que eu vá em algum salão com ela. Você tá cheio de compromisso hoje, você não se importa, né? — disse eufórica, suspirei vendo toda minha chance de falar com ela em vão novamente.

— Não. Vai lá!

Ela empolgadamente foi se arrumar, acabei rindo da nossa desordem, 24 horas juntos e nem um tempo pra reconciliação.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora