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VITÓRIA

Desci para o saguão do hotel de mãos dadas com Eduardo, ao chegar lá ficamos alguns minutos esperando Gabriel, quando ele por fim veio estava de cabeça baixa e com um homem de cabelos brancos do lado.

— Quem é ele? — perguntei ao Fabinho.

— Não faço a mínima ideia.

— E cadê a amiga dele?

— Que amiguinha? — perguntou rindo.

— A que eu te disse, Fábio, e para de rir! — disse enquanto se abaixava para conversar com Dudu.

Me virei de costas para a direção do Gabriel e comecei a mexer no celular. As meninas comentavam insistentemente na minha foto se eu havia ou não voltada com o ele. Havia acabado de digitar um "Não!" respondendo á um comentário quando senti alguém cheirando meu pescoço. Me virei assustada e era Gabriel, iria me afastar quando ele tomou meu celular e apagou o que eu começava a digitar.

— Cadê sua amiga? — perguntei cruzando meus braços.

Ele ainda lia algo em meu celular. O bloqueou guardando no bolso antes de me encarar. Ele até abriu a boca para me responder, porém olhou-me de cima a baixo antes disso.

Vi seu olhar parar em meu decote e quado ele ia falar algo o homem que estava o acompanhando colocou a mão sobre seu ombro.

— Então essa é a famosa Vitória? — estreitei os olhos para Gabriel sem entender — Prazer, Elias. — disse erguendo a mão para mim.

— Prazer. — murmurei pegando sua mão — Vamos indo na frente, Jéssica? — perguntei á olhando e ela entendeu que eu estava querendo sair de perto de Gabriel e logo assentiu seguindo comigo até onde a van estava. Me sentei junto com Eduardo, mas assim que Gabriel entrou fez com que o filho sentasse em seu colo para ficar ao meu lado — Pode devolver meu celular?

Ele não respondeu, apenas o tirou do bolso e me entregou.

— Você tá muito linda! — disse me encarando. Sem graça virei o rosto rumo a janela.

— Tá muito curto, não tá pai?

Ouvi a risadinha de Gabriel, mas o lancei um olhar que o fez se manter calado.

O restante do trajeto fui calada ouvindo as brincadeiras dos dois com o restante do pessoal.

— Fica atrás do gol? — pediu quando chegamos. Não teria atendimento e ele já subiria.

— Quem mais vai ficar?

— Quem mais? — ergueu a sobrancelha — Você, a Jéssica, o Eduardo e as pessoas de sempre, ué! — olhei desconfiada para ele, mas assenti. Estava me virando para seguir Jéssica quando ele segurou meu braço — Pô, Vitória. Ainda com aquele menina na cabeça? Esquece isso, já te disse que não é nada do que tá pensando! — revirei os olhos pra ele sem responder, mas ele não me deixou sair — Cê faz de propósito isso comigo, né?

— Isso o que?

— Isso! Esse vestido, esse decote! — suspirou coçando a nuca.

— Não pira.

Ouvimos alguém gritar do lado de fora do vestiário dizendo que ele só tinha mais cinco minutos antes de entrar.

— Olha, acabando aqui vamos conversar.

— Conversar o que? Eu não tenho nada pra falar contigo! — ele estava pronto para responder quando alguém bateu outra vez na porta. Estressado, ele respondeu um "Já vou, caralho!" mas a pessoa do outro lado não se importou e abriu a porta mesmo assim. Olhamos juntos na mesma direção e senti meu sangue ferver ao ver quem eu menos queria ver no mundo ali — Agora que eu não tenho mesmo o que falar com você! — disse o olhando nos olhos antes de me soltar e deixar Gabriel sozinho na camarim com a loira a qual ele passou o dia juntos.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora