VITÓRIA
Gabriel não me deixou dirigir, mesmo que sua médica ainda o proibisse de tal. Já estava ansiosa para o que eu o planejava, e agora mais ainda pela surpresa que ele tinha pra mim. Gabi estava inquieto, e nem mesmo o som do carro o acalmou.
— Você tá quase soando frio. — ri — O que ta aprontando? — coloquei minha mão sobre sua coxa e ele á pegou entrelaçando nossos dedos e beijando-a.
— Só vou fazer o que eu devia ter feito há séculos.
Olhei-o sem entender e ri negando. Troquei a música e coloquei uma mais animada.
— Ei, foi lindo o que você postou! Com tanta correria nem te disse nada.
— Achei que não tivesse visto. — sorriu de lado
— Eu vi. E chorei.
— Tudo aquilo era vergonha ontem?
Assenti e senti minhas bochechas corarem.
— Eu não consegui me concentrar. E também, você recebeu a foto de uma mulher linda antes e...
— Eu não baixei a foto, amor. E mesmo se tivesse baixado, ela não chega nem aos seus pés. Quando eu tô com você, é só em você que penso! Fiquei me sentindo um broxa ontem!
Acabei rindo de seu comentário e quando dei por mim estávamos em uma das partes mais chiques do Rio de Janeiro.
— Onde estamos indo?
— Já estamos chegando.
Olhei-o desconfiada e em menos de três minutos Gabriel entrou com o carro em um estacionamento subterrâneo de um prédio. Mordi o lábio, no final, sua surpresa, seja lá qual for, ajudaria na minha.
Bi desceu e abriu a porta pra mim, antes dele pegar minha mão eu abri a porta de trás pegando uma bolsa grande minha que eu havia trago. Ele me olhou curioso mas não disse nada. De mãos dadas fomos até o elevador onde ele digitou uma senha.
— Tem apertamento aqui?
— Mais ou menos. — olhei-nos através do espelho. Gabriel fez o mesmo e sorriu quando nossos olhares se encontraram — Você disse que a sandália tava machucando, não quer tirar?
Olhei meu par de Louboutin pretos e neguei. Eles faziam parte da surpresa.
Quando a ansiedade e nervosismo já não cabia em mim, finalmente o elevador chegou ao último andar. Assim que o abriu, uma espécie de sala de espera. Gabriel tirou uma chave do bolso trazeiro e abriu a porta imponente à nossa frente e deu espaço para que eu entrasse.
Uma sala toda espaçosa e cheia de móveis caros apontou para nós, e soltando minha mão ele pediu que eu o esperasse ali por um momento.
Não observei por onde ele seguiu, estava concentrada demais nas fotos que ali haviam, todas dele comigo ou com Eduardo.
Ouvi-o se aproximar e senti seu corpo atrás de mim.
— Se não é seu, por que tem fotos nossas aqui?
— Coloquei hoje. — explicou tirando minha bolsa de meu ombro e á colocando sobre o sofá. Virei-me pra ele e sorri. Nesse curto tempo que ele havia me deixado só na sala, sua blusa social já estava mais aberta, a gravata frouxa e o cabelo todo mexido. Sua ansiedade estava quase palpável, e o brilho em seus olhos me fazia saber que ele planejava algo incrível pra nós — Vem comigo. — pediu estendendo sua mão.
A peguei sem exitar e segui com ele um corredor escuro e pequeno, mas que logo se transformou quando ele curvava para a direita. Pétalas de rosas e velas aromáticas enfeitavam todo o corredor espelhado até uma última porta branca enorme que estava entreaberta.
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DESTINO | Gabriel Barbosa
FanfictionClassificação +16 (pode conter gatilhos específicos) | Todos os direitos reservados. Anos separados, um segredo, mudança drástica para ambos e um sentimento forte demais para serem capazes de lidar com tão pouco tempo.