95

812 48 18
                                    

Vesti o robe, sem nada por baixo ao ver a pressa de Gabriel. O fechei tomando cuidado para não mostrar nada e saí do quarto. Meu cabelo pós foda estava uma bagunça só. Minha boca ainda com vestígios de um batom tirado a beijos e meu pescoço todo marcado. Ri negando e tentei desembaraçar meus fios com a mão. Cheguei na sala e ele falava com alguém ao celular. Estendeu a mão pra mim e a peguei enquanto ele seguia pro elevador.

— Eu tô pelada debaixo disso. — falei baixo quando o adentramos. Gabriel desligou o telefone rindo e me colocou de frente pra ele, segurou minha cabeça entre suas mãos e sorriu largo — O que ta aprontando? — perguntei enfiando minhas mãos no bolso traseiro de sua calça. Gabi não disse nada, apenas selou nossos lábios — O que a gente vai fazer no heliponto? — perguntei assustada. Novamente não me respondeu, apenas selou meus lábios outra vez enquanto ria. O elevador abriu e tentei me virar. Ele não deixou. Tampou meus olhos com as mãos e foi me guiando — Você ta planejando um assassinato? — perguntei com medo e ouvi sua risada gostosa em meu ouvido.

— Só quero te matar de amor e felicidade, meu bem.

Senti seu beijo atrás da minha orelha e levei minhas mãos as suas tentando as tirar dos meus olhos.

— Gabi! Você sabe que eu sou curiosa!

— Eu sei! — riu.

— Ta começando a ventar. Sabia que tô pelada? — reclamei e ele riu. Fazendo todo mistério do mundo aos poucos ele foi abrindo entre os dedos, e quando eu começava a ver algo ele fechava de novo aquela mão gorda — Me deixa ver!

— Lembra quando cê planejou minha casa?

— É claro que lembro!

— Lembra que você bateu o pé pela parede pichada?

— Lembro! Eu tô ficando impaciente, o que uma coisa tem a ver com a outra?

— Não esquece que te amo. E que isso é só porque vocês mulheres gostam, porque não importa o que você vai me responder, no final vai acabar fazendo o que eu quero.

— Quanto romantismo! — ironizei. Gabriel riu e finalmente destampou meus olhos.

Fiquei sem ar. Meus olhos inundaram e minha mão foi parar na boca. No heliponto de um dos prédios mais altos do Rio, com uma parede de 2x2, um desenho abstrato que tanto gostei e no meio uma frase pichada: "Casa comigo?".

O amanhecer atrás de tais palavras deixava tudo ainda mais lindo enquanto aquele pedido piscava pra mim. Quando virei-me para agradecer, vi Gabriel de joelhos com uma caixinha com um par de alianças abertas.

— Eu sei que já pedi, e mesmo se você me disser um "Não." agora, nada vai mudar, porque você vai casar comigo querendo ou não. Mas eu tinha que fazer as coisas direito. — riu raspando a garganta — Vitória Ribeiro, você aceita me dar o privilégio de te chamar de minha pro resto da minha vida?

Sem palavras e completamente emocionada, nem mesmo o sim saiu da minha boca. Me ajoelhei ficando cara a cara com ele o abracei forte.

— Eu aceitaria todos os dias. — falei quando por fim a emoção permitiu.

— Prometo cuidar de você, e merecer esse seu sim por todos os dias da minha vida! — disse em meu ouvido enquanto me abraçava. Nos soltamos rindo de orelha á orelha e Gabriel pegou minha mão. Apesar de noivos não tínhamos uma aliança, e agora ver ele a colocando em meu dedo, fez finalmente minha ficha cair de que eu estava á um passo de me casar com o homem da minha vida — Em nome do maior amor do mundo. — murmurou ao beijar a aliança em meu dedo.

Chorosa fiz o mesmo com ele.

— Em nome do cara mais incrível do mundo, e dono do meu coração.

Beijei sua mão também e Gabriel me puxou para um beijo. Ali, ajoelhados no heliponto, com a surpresa mais linda de nossas vidas selamos o início definitivo de uma nova fase do nosso amor.

DESTINO | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora