Larissa:
Eu não fazia a mínima ideia, do por quê, ela tinha se portado daquela maneira por mim. Visto que, eu tinha chegado a poucos dias e ainda tinha o mínimo de valor possível naquele recinto.
-Ohana: Está segura aqui. - ela disse paciente, assim que fechou as portas da casa. - Vai... sobe as escadas.
Eu não contestei-a, e subi as escadas enquanto ela ainda olhava em volta. Tinha as armas em mãos, e permanecia atenta. Adentramos seu quarto, e assim que o fizemos, ela fechou a porta com a chave.
A vi erguer o vestido outra vez e recolocar as armas nos coldres de perna. Eram discretos, e ela usava dois. Um em cada perna.
-Ohana: Viu... eu salvei você hoje. - ela sorriu ladina, tornando a ficar de pé.
-Larissa: Nunca mais faz isso. - eu soou sincera. - Eu quem deveria proteger você, não o contrário!
De fato, havia me salvado. Joe me entregaria na primeira oportunidade que tivesse, isso era óbvio. Ele vinha me estranhando desde que a loira havia contestado o pai, evidenciando que não queria-me disponível a trabalhos externos. Os quais mesmo, Joe tomava de conta.
-Ohana: Senta aqui. - ela deu dois tapinhas na cama, ignorando completamente o que eu tinha dito, indicando-me para sentar ao seu lado.
-Larissa: Por que? - questionei baixinho, um pouco confusa.
-Ohana: Você é única com quem de fato me sinto segura, mesmo tendo outros inúmeros seguranças nesse recinto, e tendo muitos outros que cuidaram de mim no passado. - ela explicou-se. - Gosto da sua presença. - ela olhou-me paciente.
Ohana:
Depois que o jantar finalizou, e a segurança do recinto levou os italianos até a saída, meu pai retornou para casa. Eu estava na sala, bebia uma dose de whisky com Gregory, enquanto permanecíamos silenciosos.
-Yoseph: Temos um acordo com os italianos. - ele soou assim que entrou. - No caso, dois. - ele sorriu ladino, assim que seu olhar buscou Larissa no fim do cômodo.
-Ohana: Um é exclusivamente meu, não se preocupe. - rebati rapidamente.
Meu pai apenas assentiu, e chamou-me para o cigar room. Adentrei com ele, e logo ele sentou-se. Ascendeu um charuto depois de corta-lo a ponta.
-Yoseph: Confio nela, e aparentemente você também.
-Ohana: Quando conheceu Joe, sentia que ele seria seu braço direito. - eu exemplifiquei. - Sinto que ela é o meu.
-Yoseph: Sentir não é o necessário.
-Ohana: Ela não me trairia. - acabei por dizer aquilo com muita convicção. - Ela cuida de mim, e eu mantenho ela na linha. Se Joe ou qualquer outro disser o contrário é mentira!
-Yoseph: Larissa não é o que você presume, está na hora de entender isso. - ele soou, e aquilo me fez engolir em seco.
Yoseph:
Ela aproximou-se de mim, tinha convicção em seu tom de voz. E aparentemente não queria ser contrariada, depois de engolir em seco, ela apenas me ignorou. Eu entendia sua necessidade de gritar comigo a todo momento, ela se sentia invalidada e era por isso que nem se quer me dava um segundo para contesta-la.
Confiava na ruiva e isso não mudaria. Eu já compreendia.
-Ohana: Veja... aquela é a minha garota, é minha armadura. - ela soou paciente e convicta. - Ela vai manter a promessa. Ela se mantém calma e reservada, vai me manter segura até eu decidir que acabou.