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Larissa:

-Ohana: Pega isso aqui, Larissa. - ela disse, e eu parei no mesmo instante o que já estava fazendo.

-Larissa: Para de me mandar fazer o que eu já estou fazendo, isso me irrita. - eu disse e ela sorriu ladina. - Sossega.

-Ohana: Estamos atrasadas. - ela disse e eu assenti milimetricamente.

Busquei as chaves do carro sobre o móvel ao lado da cama, fomos para a garagem e eu destravei a Urus preta. Tínhamos optado por comprar esse carro pela comodidade, além da modernidade e tecnologia que ele possuía. E pra finalizar, usar qualquer veículo que tínhamos na América, estava fora de cogitação. Todos estavam anunciados para venda, teríamos de nos contentar com apenas um carro, por um tempo.

Buscamos primeiro o Hassam, que acabou saindo primeiro. E depois passamos para buscar o Miguel. Dirigi até um restaurante próximo e deixei eles pedirem o que queriam. Pedimos também as entradas e uma taça de vinho pra mim. Visto que Ohana não podia beber, e eu não queria que Hassam desse início a um vício, era muito novo.

Os garotos foram ao banheiro e me contive com o olhar de Ohana sobre mim. Ultimamente eu vinha me sentindo uma inútil, por causa de todas as ações dela.

-Ohana: Para de me olhar assim. - ela disse dengosa.

-Larissa: Sabe o que é? - questionei e ela negou. - Eu amo ser a melhor em tudo, e dói pensar que eu sou tão ruim pra você.

-Ohana: Para... você não é ruim pra mim, só me irrita... quase sempre. - ela disse baixinho e sorriu ladina, trazendo a mão até a minha. Por baixo da mesa.

-Larissa: Dói parecer que eu sou insuficiente. - eu disse baixinho e ela reprimiu o riso ladino, viu que eu falava sério. - Parece que os seus: "pra sempres" acabam sempre que você olha pra mim irritada.

Ela deixou um beijo em minha bochecha e me olhou carinhosa. Eu tinha consciência de tudo, mas continuava sendo difícil. Precisávamos estabelecer normas e conversamos sobre isso, ou tudo se arruinaria com o tempo.

-Larissa: Eu curei feridas antigas, me desculpa se estou criando novas, amor. - eu disse sincera. - Não é minha intenção, nunca foi.

-Ohana: O amor não é o suficiente e não resolve tudo. - ela disse baixinho e eu assenti.

Ela colocou alguns fios curtos do meu cabelo, atrás da minha orelha e me deixou um selinho.

-Ohana: Quer fazer o que em relação a isso? O que eu posso fazer que venha a te ajudar a mudar essa percepção? - ela questionou baixinho.

-Larissa: Falar com menos grosseria e parar urgentemente de me chamar de "Larissa"... tenta, ao menos. - eu pedi. - Se quiser espaço ou qualquer outra coisa, me pede, eu te dou. Não precisamos discutir.

-Ohana: Isso é difícil pra mim também. - ela disse paciente. - Entende?

-Larissa: Eu entendo. - fui compreensiva. - Mas podemos tentar?

-Ohana: Vamos tentar. - ela sorriu ladina assentindo.

Comemos em sintonia, não havia problema entre nós quando o assunto era conversarmos sobre o que estava nos incomodando. Relacionamentos são assim, se não falamos sobre o que sentimos, é como abrir uma porta para deixar todos os bons sentimentos irem embora. E eu não deixaria os meus, ou os dela irem, nos amávamos e lutaríamos por isso.

(...)

Ohana:

Eu chamei ela pra conversar depois que chegamos em casa, tomamos banho e eu deitei na cama. Larissa se aproximou e sentou ao meu lado, se encostando também na cabeceira da cama.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora