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Ohana:

Era dia 22, manhã ensolarada e um pouco menos fria em Lucerna, na Suíça. Deixei Larissa na mesa com o resto dos familiares e caminhei até uma parte mais reservada da casa, quando recebi uma ligação consultório médico de fertilização.

O médico havia ligado-me para falar sobre a retirada de óvulos que eu havia feito na minha primeira consulta. Eram compatíveis e saudáveis para receberem uma criança. Só precisávamos fazer mais alguns exames quando eu retornasse, e então, daríamos início a preparação para começar a gestação. Desliguei e agradeci rapidamente, quando vi Larissa se aproximar um pouco confusa.

-Larissa: Minha vida, está tudo bem? - ela perguntou levemente preocupada e eu sorri ladina. - Você saiu às pressas...

-Ohana: Está, meu amor. - eu respondi tranquila.

Larissa sorriu sem mostrar os dentes e tocou a ponta do meu nariz com o dedo indicador, antes de me puxar pra ela. Abraçando-me com todo amor possível.

-Larissa: Promete pra mim que não foi nada de mais? - ela pediu.

-Ohana: Eu prometo, hum? Relaxa, está tudo bem, eu juro. - fui paciente e ela assentiu milimetricamente.

Larissa entrelaçou sua mão a minha, e então voltamos pra mesa. Comemos com calma enquanto todos conversavam, e entramos no assunto quando minha vó perguntou pelo casamento.

-Ohana: Em janeiro. - respondi. - Você vai estar conosco, não é? - questionei sorrindo e ela assentiu.

Vicente me olhou ladino, e eu baixei a cabeça. Eu ainda guardava rancor por tudo que ele tinha feito com a Larissa. E eu provavelmente não perdoaria ele tão cedo. Ainda que fosse meu irmão, e tivesse sido meu protetor desde a infância... ele tinha ferido amargamente quem eu amava de corpo e alma.

-Larissa: Esperamos você também, Vicente. - ela disse e todos rapidamente a olhamos. Havíamos nos surpreendido com o pedido.

-Ohana: Ei... - toquei sua mão e chamei sua atenção. - Não é necessário.

-Larissa: Ele é seu irmão. - ela disse baixinho. - É um dia importante pra você e pra mim.

-Ohana: Ele queria você morta. - eu disse sem pensar duas vezes.

-Vicente: Não era isso que eu queria... - ele mal me rebateu, e papai o mandou calar a boca.

-Larissa: É você quem decide. - ela disse compreensiva comigo e eu fui paciente ao aceitar.

Vicente respirou fundo e manteve-se silencioso. Ele estava errado, e sabia bem disso. Sua ambição o tinha levado longe, e a mulher que eu amava não deveria pagar por isso.

-Ohana: Bryan... - chamei o garoto gentil e educado que vovó criava. - Será um prazer te ter no nosso casamento.

(...)

Saímos para esquiar na neve, e confesso que Larissa tinha se saído melhor do que o esperado. E quando voltamos para a casa da minha vó, tomamos banho juntas e ficamos ainda no banheiro enquanto ela penteava os cabelos e eu estava sentada sobre a pia.

-Larissa: Aí! Isso arde! - ela reclamou quando toquei com a ponta do dedo nas marquinhas vermelhas nas suas bochechas. - E chegou mensagem no seu celular. - ela disse baixinho.

-Ohana: Lógico que arde, meu amor, são queimaduras. - rebati paciente e ela mordeu o cantinho do lábio. - Me deixa passar sem reclamar? - pedi enquanto ainda tinha a quantidade de hidratante facial em meu dedo.

-Larissa: Uhum... - ela resmungou, positiva.

Eu mal toquei o produto em sua pele e a vi morder o canto dos lábios e os olhinhos marejarem inevitavelmente. Ela respirou fundo, quando mais uma vez chegou notificação no meu celular.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora