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Larissa:

Pela manhã só sai da cama depois que ela acordou. Tínhamos feito uma promessa por enquanto, de que uma só sairia do quarto depois que a outra também estivesse pronta. Isso me ajudava a sentir mais segurança, e querendo ou não, dava-nos ainda mais tempo juntas.

Tomamos banho juntas, eu sequei o cabelo dela e a esperei fazer o babyliss. Depois do corte, o meu estava demasiadamente mais liso, e era mais fácil de cuidar, eu agradecia por isso.

-Ohana: Quer comer o que? - questionou baixinho, me abraçando por trás, enquanto descíamos as escadas.

-Larissa: Hum... não sei. - fui sincera.

-Ohana: Tudo bem, a gente descobre jaja. - ela sorriu e segurou minha mão, guiando-nos para a cozinha.

Tomamos café da manhã juntas, e depois disso fomos pra sala de jogos. Yoseph se sentia culpado pelo que tinha acontecido comigo, e isso tinha nos afastado drasticamente. Mas eu não o culpava, eram consequências que eu me coloquei ao risco, eu já era grandinha e sabia disso. Ohana tinha pedido para que eu cancelasse, e ainda assim, eu quis ir. Eu não podia culpar Yoseph. Ele sabia que deveria ter ouvido Gregory, mas quando as coisas são pra acontecer, elas simplesmente acontecem. O fato da data do nosso casamento nunca dar certo, talvez fosse por isso. Se Otto tivesse pegado-me e eu tivesse o nome de Ohana numa certidão de casamento, certamente estaríamos todos atrás das grades agora, ou sendo torturados em prisões separadas. Minha noiva já teria perdido o bebê, Viviane teria perdido o filho para o conselho tutelar americano, e até mesmo Sofia... teria se prejudicado. Tudo acontecia no tempo certo.

Era muito difícil pra mim, guardar rancor de alguém que me amou tanto. Yoseph tinha movido montanhas por mim. Tinha praticamente me criado, me dado educação até um certo nível, e me proporcionado uma vida. Qual eu definitivamente não teria, se ele não tivesse me ajudado. Seja lá o que tivesse acontecido, essa má ação não vinha dele.

-Vicente: Ainda vamos encontrar o maldito que entregou você pro FBI. - Vicente disse rancoroso e eu sorri.

-Larissa: É... vamos. - concordei e ele ofereceu-me álcool.

-Ohana: Ficou maluco? - Ohana deu um tapinha no ombro dele, e ambos sorrimos. Ele tinha se esquecido.

-Vicente: Ei... - ele chamou-me. - Tudo certo entre a gente?

-Larissa: Sim... tudo certo entre a gente. - eu pressionei seu ombro levemente.

O vi retornar para Gregory. Ambos disputavam um joguinho idiota de luta, num console. E no outro, Brandon e Hassam, enquanto Miguel torcia para o mini psicopata.

-Ohana: Quer sair um pouco? - questionou, e eu assenti.

Fomos para a área externa da casa, e eu abracei Ohana enquanto podíamos observar o dia escuro, dado a névoa. Era inverno nevava pouco, mas ainda assim, era um frio rigoroso.

-Ohana: Se tivéssemos nos casado... e eles tivessem  me pegado por isso, você os entregaria?

-Larissa: Eu sou leal a você. - eu disse baixinho. - Acima de qualquer outro, minha lealdade está em você. Por tanto, se ameaçassem sua integridade física ou psicológica, tanto quanto a do bebê que temos aqui dentro... - eu toquei seu abdômen. - Eu entregaria qualquer um que estivesse na minha lista de possibilidades, pra manter você segura.

-Ohana: Seu amor por mim levaria você a trair meu pai? - ela questionou baixinho, e eu fui sincera com ela.

-Larissa: É... levaria. - eu sussurrei. - Ainda que você me odiasse depois... não importaria. Eu teria mantido você segura o máximo que conseguisse, até os meus últimos segundos.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora