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Ohana:

Tínhamos viajado algumas horas de carro, com Thomáz. Ele tinha levado-nos para sua casa, até que as coisas se acalmassem, e tendo-nos com ele, tinha a garantia de que o próprio filho ainda estivesse vivo. Mesmo que fosse um tremendo babaca. Os janelões entre as cores amadeiradas daquela sala de jantar, demonstrava que os italianos também eram sofisticados, ainda que muito discretos. Era tudo muito bonito, Thomáz tinha bom gosto, se fosse ele quem tivesse escolhido aquele lugar.

-Thomáz: Bom assim? - ele questionou depois de ajudar Larissa a sentar-se à mesa.

Ela o olhou nos olhos, e sorriu ladina.

-Thomáz: Odeio você, mas não faria isso. - ele disse baixinho.

Ela manteve o contato visual, e a vi esconder o riso.

-Larissa: Não minta enquanto olha nos meus olhos... - ela sussurrou baixinho, rouca. - Me mataria na primeira oportunidade que tivesse. Hum?

-Thomáz: É... mas essa oportunidade não estava em pauta. - ele foi cauteloso. - Sua hora não chegou, e infelizmente não será nas minhas mãos ou de qualquer outro, se depender de Yoseph.

Não demorou muito que Thomáz nos deixasse ali, e um garotinho de aparentemente 5 anos, sentasse-se ao lado de Larissa, com um sorriso fraco. Pela aparência exorbitantemente idêntica a de Thomáz, deduzi que era o garoto mais novo. Me mantive perto, afinal, Larissa era impulsiva, além do mais... eu tinha conhecimento do rancor que ela guardava por aquela família.

"Você é a minha sequestradora!" - ele disse e ela sorriu, levando a mão ao rosto. Bem, tinha muito que eu não sabia.

-Larissa: Sentiu minha falta, Luigi? - ela questionou e o garoto assentiu, o que me surpreendeu.

-Luigi: Por que tem machucados, Lari? - o garoto loiro questionou curioso, e eu pedi internamente para que ela não o contasse. Era só uma criança inocente.

-Larissa: Homens ruins... - ela disse tocando-o os fios loiros. - Acontece.

-Luigi: Meu irmão disse que você é ruim... - ele salientou Martinelli. - Eu disse a ele que era mentira.

Descruzei os braços e me aproximei aos pouquinhos, sentando-me numa das cadeiras, de frente para os dois. Repousei ambas as mãos sobre a mesa e fitei bem o garoto, que tinha os traços marcantes de Thomáz. Cabelos loiros, olhos claros e pele límpida. Coloquei-me atenta para aquele diálogo, visto que, era algo que eu realmente não esperava. Que sequestrado adorava seu sequestrador?

-Luigi: Lari... - ele chamou baixinho. - Você vai ficar bem, não vai?

-Larissa: É... eu vou. - ela sorriu fraco e ele sorriu de volta.

Thomáz retornou e sorriu ladino, ao ver os dois.

-Luigi: A minha mãe não gosta quando você está brigando com o meu pai... - ele disse paciente e eu me peguei ainda mais curiosa. - A sua mãe também não iria gostar, não é?

-Larissa: Não sei... - ela respondeu meio sem graça.

-Luigi: E o seu pai, ia? - ele questionou obstinado.

-Larissa: Não sei... não tenho pai. - ela respondeu calma.

-Luigi: Cadê seu pai? - ele questionou confuso e Larissa sorriu ladina, dava pra ver que era um riso triste.

-Larissa: Ele foi embora quando eu nasci... - ela respondeu baixinho.

-Luigi: Quem cantava pra você dormir? - ele questionou duvidoso, curioso.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora