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Ohana:

-Larissa: Bryan me mostrou tudo. - ela comentou suave, enquanto andávamos de mãos dadas pelos corredores do casarão.

-Ohana: Fico grata por isso... - eu sorri inevitavelmente. - Confesso que estou com preguiça de andar por todo esse espaço.

-Larissa: Ah.. claro. - ela sorriu óbvia e eu deixei-a um tapinha no braço, ela estava literalmente me confrontando, como se a todo momento eu fosse assim.

-Ohana: Para! - sorri inquieta enquanto ela mantinha-se a sorrir ladina.

-Larissa: Não diga que é mentira... - ela sussurrou e eu respirei fundo, quando paramos por meros segundos e meus olhos buscaram os seus com maior precisão.

-Ohana: Por que você é assim, em? - questionei baixinho, segurando suas ambas mãos.

-Larissa: Assim como? - questionou confusa.

-Ohana: Tão... única. - sussurrei pensativa. - tão... minha.

Larissa:

Ohana saiu por alguns minutos, disse que precisava ir ao banheiro, e em meio aquela espera, me peguei observando as grandiosas pinturas em quadros no paredão do corredor. Próxima a uma porta amadeirada, que ao abrir, tirou-me do transe.

-Sofia: Tudo bem, garota? - ela questionou sorrindo doce, e eu me senti tranquila.

-Larissa: Ah... sim, senhora. - respondi paciente e ela assentiu. - Desculpe.. eu...

-Sofia: Tudo bem, não fez nada de errado. - ela interrompeu e eu me senti ainda mais aliviada. - Tenho uma grande coleção... digamos que uma paixão por obras como esta. - ela apontou para a qual eu observava. - Venha...

Eu adentrei o cômodo, era um escritório modernamente mobiliado. Meus olhos percorreram todo o ambiente e me vi cercada naquele espaço, por coisas banais, mas que traziam-me confortabilidade.

-Sofia: Gosta de arte?

-Larissa: Sim. - respondi rapidamente. - Obras artísticas sempre me chamaram atenção, bem... em todos os aspectos. Musicais, pinturas, livros...

-Sofia: Então tem pensamentos divergentes dos de Ohana neste aspecto. - ela comentou e ambas sorrimos. Ohana não sabia apreciar aquilo, de forma alguma. Ela dizia que eram apenas rabiscos.

-Larissa: Claramente sim. - pontuei.

-Sofia: O abstrato é belo. - ela mencionou enquanto servia-se de uma bebida, e eu me perdia naquelas muitas cores postas em um só quadro. Realmente era belo, mas confuso para se interpretar.

Ela estendeu-me a mão, entregando-me um copo já servido. Agradeci um pouco tímida e ela confortou-me tocando-me o ombro com sua delicada e macia mão.

-Sofia: Brasileira, hum? - ela questionou e eu assenti.  - Uma amante de arte, mercenária calculista... gentil, modesta e observadora. Algo mais a acrescentar? - questionou-me precisa, e eu engoli em seco.

Fitei novamente o âmbito e encontrei algo que não me agradou. Rapidamente tive um sorriso frustrado a postar-se entre meus lábios, enquanto encarava o símbolo do juizado de Genebra. Aparentemente ela carregava um legado regrado, vivenciado em meio a leis. Busquei seu olhar e ela já parecia entender.

-Sofia: Fui promotora por 10 anos, uma juíza por 15, mas agora aposentada, não se preocupe. - ela sorriu ladina.

-Larissa: É bom saber disso... - sorri fraco. - Muito bom.

-Sofia: Não cometeu nenhum delito na Suíça.

-Larissa: Bem... com todo respeito, esteve ao lado de uma família que vive a beira de um abismo. Que com o despencar, só restará o corredor da morte ou prisão perpétua sem direito a condicional. E juízes têm amigos... vai que esteja me odiando. - sorri ladina e ela sorriu, movendo a cabeça em negação.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora