Ohana:
Eu ainda estava agarrada a ela, estávamos ali a um bom tempo. Ela ainda mantinha os carinhos em minhas costas, estendendo-se até a minha nuca. Enquanto eu acariciava-lhe o colo, um pouco abaixo da clavícula.
Através da pequena janela, na parede distante, pude ver que já era dia lá fora.
Ela desvencilhou-se de mim depois de um tempo, e levantou-se. A vi vestir-se apenas com as peças íntimas, antes de ir até o frigobar e trazer-me uma garrafinha de água. Ela sentou-se na ponta da cama depois de entregar-me e eu sorri boba, agradecendo-a um tempinho depois.
Sentei-me na cama, puxando o edredom comigo, escondendo meu corpo. Ela sorriu ladina pra mim, e deitou-se, colocando a cabeça em minhas pernas. Levei-me a acariciar seu rosto, depois a fazer-lhe um cafuné.
Isso de fato nunca acontecia. Mas ela não era como os caras idiotas que eu já tinha me envolvido, no caso, diversos típicos Lorenzos em corpos diferentes. Larissa sorriu seu graça, e escondeu o rosto com as palmas das mãos, e eu sorri.
-Ohana: O que foi? - questionei sorrindo.
Ela sentou-se outra vez e olhou-me paciente por um mero momento. Sua mão repousou em minha coxa despida dada a forma desajeitada que eu cobria o corpo com o edredom, e ela acariciou a região.
-Larissa: Nada ué. - ela respondeu-me baixinho, sorrindo ladina.
(...)
Eu a levei pra fora do quarto, enquanto caminhávamos em passos vagarosos. Eu usava sua camisa social, tendo apenas alguns dos botões abotoados. E usava a fina calcinha de grife, que ela tinha tirado horas atrás. Outrossim, ela segurava minha mão, enquanto descíamos as escadas de madeira.
-Ohana: Não tem restaurante ou cafeteria aqui perto, e são seis da manhã. - eu sorri fraco, mencionando ainda rouca. - Vamos ter que nos virar...
-Larissa: Tudo bem. - ela foi compreensiva.
Ainda era medianamente nublado, ainda que estivesse claro. Era visível pela janela na cozinha. Podíamos ouvir o cantar dos pássaros, e o movimentar da correnteza no rio que passava ao lado. Com mais atenção, fitei todo o ambiente que carregava uma beleza rústica. Era tudo em quesito amadeirado, em cores escuras e ademais bem confortável. Estava organizado, como de costume. Já que tínhamos uma pessoa responsável por manter assim.
Peguei algumas coisas na geladeira enquanto ela permanecia ao meu lado, paciente. E eu sorri ladina, levando a mão a acariciar suas costas quando ela levou-se a pegar um dos morangos.
Larissa:
Encostei-me no balcão de certa forma, e ela aproximou-se mais. Repousou ambas as mãos em minha barriga, enquanto tinha o rosto levemente inclinado, para olhar-me. Ademais, praticamente apoiava seu corpo no meu.
-Larissa: Tudo bem? - questionei baixinho, colocando-lhe alguns dos fios atrás da orelha. Antes de acariciá-la a bochecha, e descer o dedo indicador até seu queixo.
-Ohana: Lógico que sim. - ela respondeu no mesmo
tom e buscou um selinho.Descia a mão e acariciei sua bunda, enquanto ela ainda me olhava paciente. A observei pegar um outro morango, morder metade e levar metade até minha boca. Nada parecia estranho. Nos entendíamos bem, e isso era bom. Eu gostava da sua presença, das suas ações sem pudor, da sua segurança consigo mesma. Ela não tinha timidez alguma e eu adorava isso.
Depois de comermos em silêncio, tornamos ao quarto. Fechei a janela e deitei-me na cama com ela, pela primeira vez. Ohana aproximou-se aos pouquinhos, havia respeito ao meu espaço em seu ato. Mas quem disse que eu não a queria tomando meu espaço? Induzi-a vir para mais perto, e ela deitou a cabeça em meu peito, abraçando-me pela cintura. Ainda permanecíamos em silêncio, enquanto eu fitava o teto amadeirado, e ela acariciava-me abaixo da clavícula.