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Gregory:

Era por volta das três horas da madrugada, eu estava sozinho na parte externa da casa. Vestindo roupas quentes e ainda assim embrulhado com um cobertor grosso, estava muito frio. Eu tinha um cigarro de maconha acesso, um cinzeiro sobre o degrau da escada e uma garrafa de whisky.

-Larissa: Sem sono? - questionou e eu assenti.

-Gregory: Ainda sinto dores nas costas e na cabeça... me bateram na cela. - eu contei-a. Ela era a primeira a saber disso.

-Larissa: E eu ainda vejo aquele merda passando pela porta... - ela disse baixinho. - Pra completar a porta do nosso quarto fica praticamente ao lado da cama. Não consigo fechar os olhos.

-Gregory: Espero que passe... com o tempo. - eu disse.

-Larissa: Sempre passou. - aquela não era a primeira tortura que ela tinha sofrido. Larissa vinha de um passado tenebroso, todos nós sabíamos. - Vai passar também.

Ela olhou para o cigarro na minha mão, depois de sentar-se ao meu lado e eu dividir o cobertor com ela. Eu movi a cabeça em negação, Ohana me odiaria se soubesse que eu faria isso. Mas olhei-a nos olhos e ela insistiu-me. Eu reconhecia sua dor, seus pensamentos divergentes e indesejados. Ela só queria se sentir leve, por algumas horas.

-Larissa: Não conta isso pra ela. - ela sussurrou. - É a primeira e a única coisa que vou esconder da sua irmã... se ela não descobrir. - ela sorriu ladina e eu assenti.

-Gregory: Você nunca faria mal a ela... - eu disse óbvio. - Eu e todos sabemos.

-Larissa: Sua irmã é minha vida, Gregory. - aquele dito foi tão sincero, e eu senti que Ohana era tão cuidada.

Larissa devolveu-me o cigarro e eu acabei com ele. Dividimos a garrafa de whisky e conversamos sobre tudo. Ela me contou sobre tudo que tinha passado com a CIA, e disse a mim que nem mesmo Ohana havia ouvido aquilo. Era desumano, doloroso, terrível. Ainda que fôssemos muito ruins, acho que não teria estômago para aguentar aquilo.

Larissa:

Quando voltei para o quarto, tomei banho e refiz as higienes. Não queria que ela sentisse cheiro de álcool ou de maconha perto de mim, por mais que seu olhar já entregasse que ela sabia. Ohana ainda sentada na cama, me esperou voltar.

-Ohana: Bebeu e fumou, não foi? - questionou e eu assenti. Eu não queria mentir pra ela. - Foi a última vez. - ela disse e eu assenti.

-Larissa: Eu não conseguia dormir, me sinto melhor agora. Erroneamente. - respaldei e ela sorriu ladina.

-Ohana: O que está te incomodando aqui? - questionou-me quando me viu olhar pra porta.

-Larissa: Não... não quero te incomodar.

-Ohana: Fala pra mim, e resolvemos. - ela insistiu.

-Larissa: Podemos mudar a cama de posição? - questionei e ela assentiu.

O quarto era grande, tinha bastante espaço. A cama era leve, o que facilitou-me virá-la para a varanda, escondendo a porta do meu campo de visão. Apagamos as luzes e voltei para os braços de quem eu tanto queria.

-Ohana: Melhor agora? - questionou.

-Larissa: Pode tentar não me soltar? - pedi baixinho e ela sorriu, ao meu ouvido.

-Ohana: Prometo tentar. - sussurrou e eu me senti mais confortável.

Ohana me abraçou e formamos uma conchinha, me senti ainda mais segura. Sua respiração em meu ouvido, me acalmava. E aos pouquinhos fui conseguindo pegar no sono, sem sentir medo.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora