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Ohana:

O olhar do meu pai sobre Larissa, era completamente descomunal. E eu vi que tentar preparar o âmbito para o baque, tinha ido por água abaixo. Eu só tinha despertado nele a necessidade de observar cada ação dela, com maior precisão.

-Yoseph: Nada artificial, nada falso. A lealdade é a mais alta moeda que temos. - ele sussurrou medianamente rouco enquanto conversávamos baixinho, enquanto o restante partilhava o momento entre si.

O vi levar o garfo a boca, saboreando a massa escolhida para o jantar em família. Ele sorriu pra mim, sem mostrar os dentes, enquanto mastigava pacientemente. Ele conseguia ser nobre e tranquilo, ainda que o mundo estivesse desmoronando ao seu redor. Era por isso que Sophia, minha avó, o odiava tanto.

-Ohana: Espero que essa lealdade se estenda ao que combinamos. - salientei ríspida e ele respirou fundo, fechando os olhos por meros segundos.

-Yoseph: Eu prezo pela confiança... - ele sussurrou, inclinando-se para que somente eu ouvisse. - Tenho regras e Larissa as conhece bem. Mais do que ninguém.

-Ohana: Compreende que... - sussurrei de volta. - Eu só vou para quando aquela mulher for minha?

-Yoseph: Ah... - ele arquejou com frustração. - Não seja tão intolerante assim... me magoa.

-Ohana: Jura? - sorri delicada. - Eu pensei que não me subestimasse assim, papai... - o chamei asquerosamente. - Eu tenho o mesmo sangue maldito que você, prezo pelos mesmos princípios... como acha que pode me ludibriar assim? - toquei-lhe o rosto com zelo. - Hum?

-Yoseph: Você sabe o que vou fazer com ela... se sonhar que há afeto maior entre as duas. - ele sorriu ladino. - Não sabe? Não existe relação maior que a lealdade, quando se trata de nós em relação aos nossos profissionais. Eu pensei que soubesse disso...

-Ohana: Isso não se estende ao Joe... por que teria que se estender a ela? - questionei direta, realmente confusa.

-Yoseph: Joe... é diferente. - ele disse calmo, bebericando o vinho. - E eu dou as regras.

-Ohana: Pretendo mantê-la comigo assim como manteve o Joe. - respaldei e ele olhou-me paciente. - O que há de diferente nisso?

-Yoseph: Seu zelo por ela. - ele respondeu rapidamente, mas com tranquilidade. - Sua preocupação grandiosa em mantê-la viva acima de tudo. Joe morreria por mim, mas eu não morreria por ele.

-Ohana: Você salvou ela... - fui rapidamente interrompida.

-Yoseph: E salvaria de novo. - ele respondeu. - Mas não tolero que quebrem as regras.

-Ohana: Sabe que eu não vou deixar que toque num fio de cabelo dela... não sabe? - sorri óbvia e ele olhou-me duvidoso.

-Yoseph: Olha só... esta comprovando o que penso. Teria coragem de trair o seu próprio pai? - ele questionou baixinho, sorrindo maldito. No fundo, ele não dava a mínima.

-Ohana: Vicente o fez uma vez... Gregory também... - eu sorri fraco. - Por que acha que eu não faria?

-Yoseph: Por ela? - ele questionou, olhando Larissa de cima a baixo.

-Ohana: Sim, por ela. - sussurrei e ele engoliu em seco. - Sabe o que eu posso fazer com um telefonema, hum? A minha rebeldia sempre me salvou de você.

-Yoseph: Não ouse... - o interrompi.

-Ohana: Não ouse o que? - questionei baixinho. - Hum? Com uma ligação seu império vai queimar.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora