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Yoseph:

Outra vez sobrevoamos Tijuana, em direção a San Diego. Desta vez, a ruiva não estava na aeronave. Era somente Joe e eu, em plena madrugada. Depois que pousamos, e adentrei a mansão. Tive o olhar maquiavélico da caçula sobre mim, e eu logo soube que ouviria seus dizeres inconformados.

-Ohana: Cadê ela? - questionou-me a primeira vez.

-Yoseph: Ela foi embora. - eu disse-a paciente.

-Ohana: Você a mandou embora... - ela sorriu sem graça e eu respirei fundo. - São três da madrugada, ela não iria embora sozinha.

-Yoseph: Eu dei a ela a oportunidade de salvar a família. - salientei, e vi a garota sentar-se frustrada no sofá. - Ela vai ficar bem. Sabe se cuidar.

-Ohana: Ela estava bem, aqui. - rebateu frustrada.

-Yoseph: Ela estará melhor longe daqui, acostume-se. - eu relatei e ela engoliu em seco. - Amanhã ou depois...

-Ohana: Me apresentará alguém... - ela completou o dito, soando rouca, antes de levantar-se e subir as escadas. - É sempre o que você faz.

Era a primeira vez que não gritava comigo, por uma decisão oposta as suas vontades.

(...)

Ohana:

Era seis da manhã, lá fora já estava parcialmente claro. Eu saí do quarto depois de um mediano tempo lá dentro, depois de um banho gelado , desde a confissão dele. Fui até o lugar qual costumava estar com ela, aquele mesmo que dava acesso a água. Sentei-me paciente, e Blake deitou-se ao meu lado. Senti a brisa vir de encontro a mim, e minha pele inteira arrepiar.

-Gregory: Acho que esse é o lugar que nos sentimos seguros. - escutei a voz rouca do meu irmão.

O vi sair do canto escuro. Ela tinha uma garrafa de cerveja barata em mãos, uma carteira de cigarros e a chave do carro. Sentou-se ao meu lado e olhou-me paciente. Seus olhos estavam um pouco vermelhos, os cabelos molhados assim como a calça preta que usava.

-Ohana: Entrou na água sozinho? - questionei. Afinal, a maré estava alta e atroz. - Você é maluco?

-Gregory: Acho que estava maluco o suficiente, pra fazer isso. - ele sorriu sem graça, e vi seus olhos marejarem. - Eu só... queria me sentir imerso, sabe?

-Ohana: Ótimo, enfiasse sua cabeça num balde com água... - rebati instantaneamente. - Era mais seguro.

Gregory levou-se a deitar a cabeça em meu ombro, e eu o abracei lateralmente, sem importar-me com seu corpo molhado. Ainda assim, ele esquivou-se minutos após, buscando seu suéter seco, pondo-o sobre meus ombros.

-Gregory: Ele magoou você também... não foi? - ele questionou rouco, e eu respirei fundo. - Ele sempre faz isso... é um tremendo filho da puta, mesquinho e egocêntrico! - o vi jogar a garrafa de vidro ao chão, e ela se estilhaçar.

-Ohana: Ei... - eu chamei baixinho e ele olhou-me choroso. - O que houve?

-Gregory: Eu o odeio! - ele disse choroso e eu acariciei-lhe a face. - O odeio!

-Yoseph: Me odeia? - ouvimos sua voz soar rouca, e tranquila.

-Gregory: É! odeio você! - o vi se levantar, quando o mais velho se aproximou.

-Yoseph: Aja como homem ou farei que me odeie mais! - sua voz soou ríspida e vi meu irmão empurra-lo pelo peitoral. Papai tornou a dar um passo a frente. - Grite! Seja o garoto mimado que eu criei! Vai!

-Gregory: Você... é um filho da puta de merda! - ela gritou completamente em raiva. Estava alcoolizado.

A camisa social usada pelo mais velho, foi rasgada sem pesar pelo garoto rebelde e bêbado. E meu pai nem se quer moveu um dedo para pará-lo. O deixou fazer, enquanto apenas o olhava. Gregory o empurrava vez ou outra, e apenas falava e falava, em alto e bom tom.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora