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Ohana:

Larissa pressionou a diretora um pouquinho, comentou sobre a dificuldade do garoto no convívio com a mãe, e no fim acabamos soltando um dinheiro e garantindo a transferência escolar dele com antecedência. Cerca de 10 minutos antes do treino de futebol, buscamos o Miguel na saída da sala de aula.

-Larissa: Quero que me mostre o tal Alex. - ela disse baixinho e o garoto assentiu. - Hoje você não joga, hoje vamos ficar no banco, hum? - ela sugeriu e ele sorriu ladino.

Sentamos na arquibancada no campo, e assistimos o aquecimento, e todo o treino dos garotos. O tal "senhor Alex" tratava aparentemente normal todos os garotos. Mas é óbvio, que um predador sexual não esboçaria suas ações imundas em público. Larissa estava demasiadamente inquieta com tudo aquilo, e eu dava completa razão. Aquele homem, estava em uma área vulnerável e completamente cômoda pra continuar praticando.

-Larissa: Um tiro faria muito alarde. - ela disse baixinho em meu ouvido.

-Ohana: Larissa... têm crianças aqui.

-Larissa: São as crianças que ele molesta. - ela argumentou, e eu fiquei um pouquinho irritada.

-Ohana: Você não vai fazer isso aqui! - reclamei. - Está me escutando?! Não vai.

Larissa respirou fundo e se manteve me encarando, irritada.

-Ohana: Se existem mais crianças, com toda certeza essas crianças não precisam de mais um trauma. - eu tentei acalma-la. - Quer matar ele? Ótimo, faça como quiser. Mas você não vai atirar em ninguém aqui.

Larissa se manteve silenciosa.

-Larissa: Tem alguma farmácia aqui perto? - ela perguntou ao garoto e ele assentiu, apontando para a esquina.

Larissa me deixou um selinho, e então foi até a farmácia. Eu a segui com o olhar por todo o caminho. Ela não demorou muito, e quando voltou, mostrou-me apenas uma seringa que havia comprado.

-Larissa: Embolia pulmonar gasosa. - ela disse baixinho. - Leva ele pro carro, eu vou no vestiário.

-Ohana: Sem crianças por perto, me promete isso? - eu pedi e ela me prometeu.

-Larissa: Leva ele pro carro. - ela beijou minha testa. - Eu prometo pra você que ninguém vai ver.

Larissa:

Esperei todos os garotos saírem do vestiário e se despedirem do treinador. Bem, era a última vez que o veriam. E então, fechei a porta, travando-a com uma cadeira abaixo da maçaneta.

-Alex: Oi, tudo bem? - ele sorriu. - Os garotos já saíram.

-Larissa: Eu sei disso. - observei em volta, as janelas fechadas. Os armário também.

-Alex: Quer falar sobre algum deles?

-Larissa: Sim. - respondi paciente. - Miguel.

-Alex: O Miguel é um bom garoto, um excelente jogador. Tem futuro como atacante do time, e fora dele. - ele disse sorridente.

-Larissa: Ele me disse que você tocou nele. - eu disse sem titubear. - Que fez coisas erradas com ele. - relatei enquanto ia dando passos em direção ao homem. - Você tocou nele?

-Alex: Com toda certeza foi um engano.

-Larissa: Não.. meu irmão não mente. Está chamando ele de mentiroso?

-Alex: Claro que não! - ele disse em desespero, quando meus passos já foram curtos, por estar encurralando-o entre meu corpo e o armário. - Crianças têm imaginação fértil!

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora