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Ohana:

Ainda de dentro do carro, eu podia avista-la através das portas de vidro, na fila da bendita cafeteria. Eu não queria ficar ali, só tinha sentido desejo pelo alimento que era vendido ali. E como sempre, ela fazia o que eu queria.

-Larissa: Só isso? - ela questionou ao entrar no carro, tendo algumas sacolas em mãos. - Não quer mais nada, de nenhum outro lugar? - questionou carinhosa e eu sorri ladina.

-Ohana: Pra quem não queria sair de casa... está tão carinhosa me parece preocupante. - comentei e ela sorriu, levando-se a ligar o carro.

A ruiva dirigiu de volta até nossa casa, e então me acompanhou até a lancha, próximo ao píer.

-Ohana: Vai trabalhar hoje? - questionei-lhe com dengo e ela deixou um beijo na ponta do meu nariz.

-Larissa: Se você não quiser que eu vá, eu não vou. - ela disse e eu assenti, logo, a ruiva me abraçou por trás.

Senti sua mão delicada vir de encontro ao meu ventre, fazendo uma leve carícia, enquanto ela me abraçava por trás e descansava o rosto em meu ombro.

-Larissa: Como se sente? - ela questionou-me em sussurro, enquanto vez ou outra, eu levava algo até sua boca. A obrigando comer comigo.

-Ohana: Um pouco... intensa de mais. - eu disse baixinho. - Quero sua atenção e... sinto que preciso de você a todo momento. - fui sincera. - Mas as vezes só quero que você vá dar uma volta e me deixe em sossego por cinco minutos...

Eu fui sincera com ela. A guerra de hormônios era um terror, e nós sabíamos bem disso. Afinal de contas, tínhamos e estávamos acompanhando a gestação de Viviane de perto.

(...)

Depois do café da manhã juntas, em um espaço monótono do enorme território em que vivíamos, me separei de Larissa por algumas horas. Demorei no banho, e depois de vestir roupas dela, confortáveis e com seu cheiro marcante, sai da área interna da casa. Caminhei em direção ao espaço que sempre ficávamos, o banco de madeira, e logo a vi sentada de maneira largada.

-Ohana: Eu já falei pra você parar de fumar essa merda. - eu reclamei em alto e bom tom, quando a vi tendo um cigarro eletrônico em mãos.

-Larissa: Desculpa. - ela disse baixinho, guardando-o em seu bolso.

Me sentei ao seu lado, e agradeci pela brisa levar consigo o cheiro irritante de melancia, que exalava daquele cigarro eletrônico recém usado.

-Ohana: Não quero que acabe mal. - eu fui sincera com ela e ela assentiu milimetricamente. - Sei que isso as vezes te faz respirar fundo e... te tira da realidade, mas não faz bem.

-Larissa: Tudo bem. - ela disse baixinho, entregando-o a mim, quando estendi a mão, pedindo-o.

Deitei a cabeça em seu ombro e senti sua mão fazer-me um cafuné vagaroso. A posição era confortável, estar com ela era a melhor parte dos meus dias.

-Larissa: Quando vamos poder ouvir os batimentos cardíacos do bebê? - ela questionou-me baixinho, e eu sorri ladina, ainda que não pudesse ver sua expressão por estar deitada com a cabeça em seu ombro.

-Ohana: A hora que quisermos. - eu respondi-a.

Larissa sentou-se melhor e então me sentei direito, para olhá-la. Ela apoiou o braço no encosto do banco, o passando por trás das minhas costas. Vi seus olhinhos castanhos bem intensos, e o sorriso em seus lábios róseos, se postar.

-Ohana: Além disso... em breve poderemos descobrir o sexo do neném. - respaldei e ela sorriu um pouco mais.

A vi alternar o olhar para minha barriga, e aos meus lumes. E então assenti milimetricamente. A ruiva se inclinou, encostando o ouvido na minha barriga, enquanto repousava a mão em minha coxa. Levei uma das minhas mãos até a região acima da sua orelha, fazendo carícia, enquanto ela permanecia de olhos fechados, apenas sentindo a sensação de ter nosso filho conosco.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora